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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Morrendo à míngua

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publicado em 22/02/2015 às 16h41

A gestão pública brasileira é eivada de contradições. Uma deles, e das mais graves, está no abandono completo do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, numa quadra da história que vivemos profunda crise hídrica e que nossa região é vítima de preocupante colapso no abastecimento regular de água.

O DNOCS, pra quem não sabe, e basta uma rápida pesquisa para perceber, já foi no passado símbolo de orgulho pelas potentes intervenções na segurança hídrica do Nordeste brasileiro. O responsável pelo planejamento e execução dos grandes açudes que ainda hoje garantem, bem ou mal, água de beber na Paraíba.

Basta constatar que São Gonçalo (Sousa/Marizópolis), Estevam Marinho (Coremas) e Epitácio Pessoa (Boqueirão) foram erguidos pelas mãos do Departamento. Detalhe: todos da década de 50 para trás. Depois deles, poucos projetos de grande porte surgiram ao longo da nossa história recente.

É, basicamente, do que um dia um velho DNOCS de guerra ergueu que nós paraibanos subsistimos nesse quesito. Por isso, dá mais angústia saber do processo de decadência vivido por esse órgão vital, sobretudo, para nossa região. Fala-se em tudo como salvação hídrica, menos na revitalização de um Departamento que poderia estar positivo, operante e robusto na construção de novas barragens.

Pelo contrário, hoje em dia o DNOCS se resume à burocracia do monitoramento e gerenciamento dos mananciais. Não há notícia de uma obra de vulto sequer na sua missão essencial e histórica. Relegado ao segundo plano, o que um dia foi sinônimo de desbravamento, arrojo e realização se resume a uma repartição agonizante.

Essa abordagem não é a primeira. Já tratamos do assunto aqui neste espaço na esperança da sensibilidade quanto ao tamanho do malefício desse retrocesso em tempos difíceis. E nem será a última. Insistiremos até que um dia possamos oferecer luz na miopia dos nossos homens públicos para a visão de algo tão evidente e claro como o sol que evapora nossas águas, mas não queima nossas esperanças.

*Reprodução do Correio da Paraíba

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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