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O Ministério Público da Paraíba (MPPB) instaurou, neste domingo (9), um procedimento para apurar o rompimento de um reservatório da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), ocorrido na manhã deste sábado (08) na rua Oswaldo Cruz, no bairro do Centenário, em Campina Grande.
Na justificativa, a promotora de Justiça plantonista Cláudia de Souza Cavalcanti Bezerra, inclui registros das notícias veiculadas pela imprensa a respeito do acidente, a promotora argumenta que “o fato envolve uma concessionária de serviço público e ocasionou consequências que atingem interesses difusos e coletivos, cuja tutela é função institucional do Ministério Público, nos termos do art. 129, III, da Constituição Federal”.
Daí a necessidade de coletar informações preliminares imprescindíveis para deliberar sobre a instauração de procedimento próprio, por meio, neste primeiro momento, da instauração de Notícia de Fato, nos termos do art. 1º, da Resolução CPJ 04/2013.
Ruas ficaram alagadas e carros foram arrastados, três casas desabaram, uma idosa acamada de 62 anos morreu e outras duas pessoas ficaram feridas.
Por causa do rompimento do reservatório, que acumulava aproximadamente dois mil metros cúbicos de água, o equivalente a dois milhões de litros, 40 bairros de Campina Grande e os municípios de Lagoa Seca, São Sebastião de Lagoa de Roça, Areial e Montadas tiveram abastecimento de água interrompido.
O documento, assinado ainda na noite do sábado, pede que a Cagepa, por meio da Gerência Regional de Campina Grande/PB, seja oficiada para que apresente, no prazo de 48 horas, informações sobre o rompimento do reservatório, notadamente sobre a eventual realização prévia de vistorias técnicas no local para avaliar a segurança da estrutura, bem como as medidas tomadas após o fato e o planejamento para levantamento e reparação dos danos.
O 2º Batalhão de Bombeiro Militar também será oficiado para que, em cinco dias, apresente o relatório do atendimento da ocorrência envolvendo o rompimento do reservatório, bem como se foi realizada alguma perícia no local.
No mesmo prazo, a 2ª Superintendência Regional de Polícia Civil de Campina Grande deve informar se foi instaurado inquérito policial para apurar eventual responsabilidade criminal pelo ocorrido, que resultou na morte de uma pessoa, bem como se foi realizada perícia no local dos fatos.
Por fim, o MP pede que o Instituto de Polícia Científica da Paraíba informe, em 48 horas, se por requisição de alguma autoridade realizou perícia técnica de engenharia na estrutura do reservatório de água de responsabilidade da Cagepa.
A NF será remetida para um promotor de Justiça com atribuição no Meio Ambiente mas, como o assunto tem raízes em mais áreas de atuação (Cidadão, Consumidor e Criminal, por exemplo), deve ter atuação intersetorial das promotorias específicas.
“O Ministério Público da Paraíba será atuante e vigilante até que as responsabilidades pelo rompimento do reservatório da CAGEPA sejam integralmente apuradas e os danos de natureza difusa e coletiva sejam reparados, garantindo a proteção dos interesses da população de Campina Grande”, afirmou a promotora de Justiça Cláudia Bezerra.
MaisPB
"INCLUSÃO DIGITAL" - 03/11/2025