João Pessoa, 06 de agosto de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Se você se impõe, é complicada.
Se é discreta, é apática.
Se defende seus princípios, é barraqueira.
Se prefere o silêncio, é sonsa.
Se fala firme, falta educação.
Se ri alto, tá querendo chamar atenção.
Se é gentil, tá se oferecendo.
Se não sorri, é metida.
Se se veste do seu jeito, tá fora de moda.
Ora, ora.
Se acompanha a tendência, é maria-vai-com-as-outras.
Se curte Beethoven e Seu Jorge na mesma playlist, é caso de interrogatório com café e luz no rosto.
Se gosta de Clarice e também lê Bukowski, é um misto de “tá perdida” com “força para ela”.
Misturou Sartre com novela das nove? Pronto. Crime de contradição existencial.
Se ama bicho, devia estar cuidando de gente.
Se defende criança, devia adotar um abrigo inteiro.
Se fala de alma, é mística demais.
Se fala de política, é militante insuportável.
Se dança, é vulgar.
Se não dança, é travada.
E o pior: se respira… alguém vai ter algo a dizer.
Ora, ora
Então, seja inteira!
Seja quem você é, com tudo que te habita —
com suas doçuras, suas fúrias, seus dias nublados e seus domingos de sol.
E por favor: mantenha a terapia em dia, a coluna ereta e o coração livre.
Quem tiver sintonia com a tua verdade, fica.
Quem não tiver, que siga com luz, mas pra longe.
Quem te julga não vai dividir tuas contas, enxugar tuas lágrimas, nem carregar tuas dores.
Tome posse de si!
Assuma sua identidade sem pedir licença.
Só não vale ferir ninguém no caminho, porque aí, minha filha, já vira karma — e a conversa muda de tom.
E não tem ponto final
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
SUCESSÃO - 04/08/2025