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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Em carne e osso

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publicado em 02/08/2025 ás 07h00
atualizado em 02/08/2025 ás 09h00

Há um derradeiro e evocativo parágrafo que eu nunca escrevi, que conta sobre um verão antecipado e a utopia de um novo amor que já foi. Cuidado, não alimente ilusões…

Januária na janela de um Caicó arcaico, ela de Macau, e eu Jatobá. Não sei se pela origem, mas logo se mostrou aquela pessoa que você vê pela primeira vez e tem a impressão de quem sempre conviveu com ela, mas, mas, mas, mas

O homem velho objeto identificado com os mesmos pontos de partida, a mesma geografia humana pretérita, tornado-se instantaneamente uma parceira com quem se está tão à vontade como se conhecesse desde o jardim de infância, em que eu nunca estive.

É bom que isso aconteça quando a gente tem 20 e poucos anos, vive numa cidade onde os contatos são imediatos furados de terceiro grau, não menos efusivos do que na curva sertaneja e, onde quer que seja, por questão de  sina, quando tu me desse a rosa pequenina, eu adorei.

Contraria tudo isso,  mas vamos parar com a elucubração, explicar o que se passa e dar nome aos iluminados escuros que aqui e ali aparecem para ilustrar o que há de opaco neste negócio chamado amor, existência, seja o que for.

Ocorre que chegou uma carta que estava com  um cara que carimba postais, de uma moça que com sua erupão entre Paraíba e o Fundão, carregada do espírito de um tempo tântrico, esticado num orgasmo do paraiso, que só alguns privilegiados conseguem portar, ao não se importar com o tempo, sequer se intimidar diante da cena nua, mas  nos dias de hoje é bom que se proteja. Pisa onde eu piso que tu não escorrega.

Uma espécie de Pipa local, no Miramar dos sonhos, para onde vislumbro arquitetas cardinales bonitas de frente do Loca Como Tu Madre e ir em busca do cinema das novidades, o prazer e o descanso, de aventura de cachoeiras ou da boemia que nunca mais esteve de regresso, mas setembro em agosto, vou ficar mais velho. Topas?

Ah! E a verdade? Eu não largo o pé de Lacan: ´a verdade só pode ser dita nas malhas da ficção´

Kapetadas

1 – Moça no shopping usando saia com metade da bunda pra fora na fila da pipoca voltamos a qualquer momento com mais informações.

2 – A Humanidade é a Desumanidade com um bom departamento de Relações Públicas. Será?

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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