João Pessoa, 24 de julho de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Num piscar, a vida se vai…
Oxente, minha filha… o tempo não dá ré, não. Vai é ligeiro, feito cavalo brabo em terra seca. A gente acorda, pisca, e já tá no meio da vida sem nem ter se dado conta de que cresceu, envelheceu… e perdeu um bocado de coisa bonita por medo, vergonha ou tolice. Perca não, minha filha, vá em frente!
O povo vive adiando alegria como se tivesse a eternidade no bolso. “Amanhã eu faço”, “depois eu digo”, “um dia eu vou”… E quando vê, o depois virou nunca, e o tempo já deu no pé. O tempo, minha filha, não espera por ninguém.
Pois eu lhe digo: vá viver! Coma a besteira que você gosta, mesmo que o povo diga que engorda. Caminhe no sol, nem que seja só pra sentir o cheiro da terra quente. Tome banho de mar, de rio, de bacia — mas lave a alma.
Diga o que sente antes que a palavra trave na boca. Se for amor, diga. Se for saudade, corra atrás. Se for raiva, respire, mas não esconda. A verdade é igual a manga madura: se não cair de vez, apodrece no pé.
Seja doido, minha fia. Seja besta não. Ria alto, fale com as plantas, dance sem música. O mundo já tá cheio demais de gente engomada que esqueceu de ser feliz.
A vida é um fiapo de vento — se a gente não segurar, passa batido. E ninguém escapa vivo, não.
Então vá ser você. Inteira, do seu jeitinho. Porque se for pra se arrepender, que seja do que foi bonito demais pra esquecer.
Fui.
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BOLETIM DA REDAÇÃO - 22/07/2025