João Pessoa, 15 de julho de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Quem vive só de aparência,
pra agradar sociedade,
vai morrendo todo dia
sem sequer ter liberdade.
Segue firme no controle,
mas sufoca a identidade.
A razão demais, meu bem,
vira cela disfarçada.
Tira o riso mais sincero,
faz da alma amarrada.
E quem cala o coração
anda a vida… sem estrada.
Mas quem vive de sentir,
mesmo que seja em excesso,
descobre na dor um lume,
nas feridas, um progresso.
E na loucura serena
encontra o caminho expresso.
A loucura é poesia
com letra desconcertada,
é dançar na contramão,
é viver de alma ousada,
é rasgar toda etiqueta
com a mão desajeitada.
É falar com passarinho,
é chorar no fim do dia,
é gritar para o espelho
e depois sorrir com alegria.
É fazer da dor um canto
e da lágrima, harmonia.
Quem foge da emoção pura,
vive preso ao mesmo tom.
É cinzento por dentro,
é silêncio sem som.
Mas quem se deixa voar,
faz do caos um bom dom.
A loucura, minha flor,
é remédio escondido,
que a ciência não entende
mas o poeta tem sentido.
É remendo na alma
de um coração partido.
Não se envergonhe se um dia
quiser rir sem motivo.
Nem se culpe se a tristeza
fizer morada contigo.
O que importa é ser inteiro
mesmo que seja emotivo.
A normalidade pesa,
como pedra nos pés.
Mas quem ama sem medida
vive mil vezes, se quiser.
E quem sonha com coragem
nunca cai… de vez.
Então ouve o que eu lhe digo
com doçura e sem censura:
quem sente além da conta
é quem mais vê com ternura.
A razão tem seu lugar,
mas a loucura, meu bem, é a cura.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
BOLETIM DA REDAÇÃO - 15/07/2025