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Formada em Direito, Administração com ênfase em Comércio Exterior e pós-graduada em Comunicação Corporativa pela Universal Class da Florida.
É lider climate reality change pelo Al Gore e ceo do site Belicosa.com.br onde escreve sobre comportamento digital e Netnografia.

Mais Férias e Menos Telas,: Equilibrando o Digital e o Real

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publicado em 07/07/2025 ás 20h34

As férias são uma oportunidade para se conectar com o mundo real, mas as telas, incluindo o uso de inteligência artificial (IA), muitas vezes dominam nosso tempo, afastando-nos do que realmente importa. Este artigo explora o impacto do uso de telas e da IA no cérebro, especialmente em crianças, e sugere formas práticas de reconectar crianças, jovens e adultos por meio de brincadeiras, promovendo um equilíbrio saudável entre o digital e o presencial.

Por que as telas e a IA podem ser prejudiciais?

O uso de telas, mesmo em doses moderadas, pode afetar o desenvolvimento e o bem-estar. A exposição a dispositivos por apenas uma hora diária pode reduzir a capacidade de atenção em crianças, conforme apontado por especialistas. A luz azul emitida por smartphones e tablets perturba o sono, aumentando a irritabilidade, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Além disso, o uso frequente de IA por crianças, como assistentes virtuais ou ferramentas de aprendizado automatizadas, pode influenciar o desenvolvimento cerebral. Especialistas mundiais alertam que a interação constante com IA pode reduzir a prática de habilidades como resolução de problemas independente e criatividade, já que as respostas prontas da IA diminuem a necessidade de esforço cognitivo.

Isso pode levar a uma menor plasticidade neural em áreas do cérebro responsáveis pelo pensamento crítico. O tempo excessivo em telas, incluindo IA, também reduz a interação social, impactando a forma como crianças e jovens se relacionam com o mundo ao seu redor.

Impactos do uso de telas e IA

Para crianças, o uso prolongado de telas e ferramentas de IA pode substituir interações ricas com cuidadores, afetando o desenvolvimento da linguagem, habilidades sociais e a capacidade de pensar de forma autônoma. Adolescentes enfrentam desafios à autoestima, já que as redes sociais, mesmo usadas por curtos períodos, podem incentivar comparações irreais. O uso excessivo de IA, como depender de chatbots para tarefas escolares, pode limitar o desenvolvimento de habilidades analíticas e criativas.

Adultos, por sua vez, lidam com a “fadiga digital”, um esgotamento mental que reduz a produtividade e o foco. Esses efeitos mostram a importância de limitar o tempo de tela e usar a IA com moderação, especialmente para crianças e jovens, cujos cérebros estão em formação.

Quem se beneficia com a redução do tempo de tela e uso moderado de IA?

Reduzir o uso de telas e adotar a IA com moderação traz vantagens para todos. Crianças desenvolvem habilidades motoras, sociais e cognitivas com mais facilidade, preservando a capacidade de pensar de forma independente. Jovens protegem sua saúde mental, cultivando relações mais autênticas e habilidades criativas. Adultos recuperam o equilíbrio, ganhando mais clareza e energia. Em um mundo hiperconectado, diminuir o tempo de tela e usar a IA com cuidado durante as férias é uma forma de reconectar todos ao momento presente, criando memórias mais significativas.

Três formas de reconectar com brincadeiras

  1. Para crianças: Aventura de contação de histórias
    Reúna as crianças ao ar livre para criar uma história colaborativa, usando objetos como pedras ou folhas como “personagens”. Essa atividade estimula a imaginação e a empatia, reduzindo a dependência de estímulos digitais e IA. O envolvimento criativo fortalece laços e desperta a curiosidade natural dos pequenos.
  2. Para jovens: Desafio de fotografia analógica
    Incentive adolescentes a capturar momentos das férias com câmeras descartáveis ou por meio de desenhos, criando um álbum físico. Atividades manuais promovem resiliência emocional e ajudam a valorizar experiências táteis, diminuindo o apego às telas e o uso de ferramentas de IA para entretenimento.
  3. Para adultos: Noite de jogos de tabuleiro
    Organize uma noite com jogos como Dixit ou Jenga, que estimulam risadas e interação. Jogos presenciais reduzem o estresse e fortalecem conexões emocionais. Essas atividades resgatam a leveza das férias, afastando a necessidade de dispositivos digitais e IA.

A importância do equilíbrio

Compreender o impacto das telas e da IA vai além de reconhecer seus efeitos; exige ações práticas para promover o bem-estar. Crianças e jovens, em particular, devem usar a IA com moderação, como recomendado por especialistas mundiais, para proteger o desenvolvimento cerebral e estimular habilidades como criatividade e pensamento crítico.

Incentivar momentos offline durante as férias, com brincadeiras e interações presenciais, ajuda a criar experiências mais ricas e significativas. Ao priorizar o equilíbrio, é possível reconectar crianças, jovens e adultos com o mundo real, transformando as férias em um período de renovação e alegria.

Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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