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Bacharel, Especialista e Mestre em Administração (UFPB/UNP). Mestre Internacional em Comportamento Organizacional e Recursos Humanos (ISMT – Coimbra/Portugal). Especialista em Neurociências e Comportamento (PUC-RS) e em Inovação no Ensino Superior (UNIESP). Membro Imortal da Academia Paraibana de Ciência da Administração (Cadeira 28). Professor universitário (UNIESP), consultor empresarial, palestrante e escritor best-seller da Amazon. E-mail: [email protected]

A força que te move

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publicado em 04/06/2025 ás 07h51

No silêncio de quem enfrenta as madrugadas, entre decisões difíceis e sonhos adiados, há uma força invisível que insiste em nos mover: a motivação. Ela não é um presente que cai do céu, tampouco um privilégio de alguns poucos afortunados. É uma semente que nasce, quase sempre, das crises, das perdas, dos medos, mas também do desejo incontrolável de ser mais, de fazer melhor, de não se deixar destruir.

As pessoas que admiramos, aquelas que inspiram pelas conquistas e pela trajetória, não caminharam sem tropeços. Elas apenas decidiram ver os obstáculos como parte do processo, e não como sentença final. Há uma inteligência silenciosa em quem escolhe transformar a dor em movimento, o medo em estratégia, a dúvida em criação. É assim que nascem os gestos corajosos e as ideias que desafiam o senso comum.

Todos nós já vivemos esse impulso. Aquele instante em que, diante de uma dificuldade imensa, algo dentro sussurra: “não desista”. Nem sempre sabemos explicar de onde vem essa voz, mas ela está lá, pulsando, lembrando que continuar é uma possibilidade real, mesmo quando o cenário parece não favorecer. A motivação é esse sopro vital que nos empurra, que dá cor aos dias cinzentos e cria saídas onde parecia não haver caminhos.

O curioso é que, muitas vezes, resistimos à nossa própria potência. Escolhemos focar no que falta, no que falhou, no que não deu certo. E esquecemos que, do lado de dentro, existe uma parte nossa que nunca parou de sonhar. A motivação não nasce da perfeição, mas da capacidade humana de imaginar uma vida diferente, um resultado novo, uma versão melhor de nós mesmos.

O mundo do trabalho, especialmente em tempos como os nossos, exige que sejamos mais do que técnicos ou executores de tarefas. Exige presença, emoção, criatividade. E nenhuma dessas qualidades floresce num ambiente sufocante, onde não há espaço para o reconhecimento, para o afeto, para o sentido. Pessoas motivadas são aquelas que encontraram, em meio ao caos, um propósito que as faz levantar todos os dias.

Por isso, é fundamental compreender que motivação e saúde emocional caminham juntas. Não se trata de um luxo ou de um benefício extra, mas de uma necessidade essencial. Sem ela, o adoecimento é inevitável. A falta de motivação não é apenas uma questão de desempenho, mas de existência. É como se a alma começasse a definhar, perdendo pouco a pouco o brilho que a faz ser única.

As organizações, especialmente as que se reinventam, já entenderam que cuidar da motivação de suas equipes é uma questão de sobrevivência. Não basta exigir produtividade; é preciso cultivar ambientes em que as pessoas se sintam vistas, ouvidas, respeitadas. Onde possam ser quem são, com suas fragilidades e talentos, com seus limites e aspirações. Esse é o terreno fértil onde florescem o engajamento e a inovação.

E há algo ainda mais potente: a motivação é contagiante. Quando um líder confia, inspira e acolhe, ele não apenas melhora o ambiente, mas cria uma corrente de força que se espalha, afetando positivamente todos ao redor. A motivação verdadeira é aquela que conecta, que aproxima, que transforma relações e resultados.

No fundo, cada um de nós carrega o desejo silencioso de ser reconhecido, de fazer parte, de contribuir de forma significativa. Trabalhar, empreender, liderar… tudo isso ganha outro sentido quando alinhado a esse desejo. Não se trata de fugir das dificuldades, mas de aprender a vê-las como mestres, como convites para evoluir.

E talvez, a maior lição que a motivação nos ensina seja esta: não importa o quão escura esteja a estrada, sempre haverá, dentro de nós, uma centelha acesa, pronta para iluminar o próximo passo. Basta silenciar o medo, ouvir a intuição e lembrar: o dever de estar vivo é, também, o dever de continuar se transformando.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB