João Pessoa, 09 de fevereiro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Não se engane se já tiver visto o rosto de Elize Maia antes fora das areias. Talvez tenha se deparado com alguma capa de revista ou foto antiga de um desfile nas passarelas. Antes de disputar o Circuito Brasileiro de vôlei de praia, atualmente com a parceira Josi, de Santa Catarina, ela encantava como modelo. A morena modelou dos 15 aos 20 anos e, por causa desse trabalho, rodou por diversos países do mundo e teve a chance de morar no Japão, na China, nos Estados Unidos e na França.
Na realidade, o esporte veio antes da carreira de modelo na vida de Elize, que está com 30 anos. Quando criança, atuou na quadra em seu colégio e depois em um clube em seu estado. Chegou a fazer um teste na seleção brasileira de base e representou o Espírito Santo em um campeonato de seleções estaduais. Mas foi aí que apareceu a oportunidade de modelar, algo que encheu os olhos da morena na época.
– Falaram: “Ah, você é tão alta, tão bonita, tão magrinha. Você não quer fazer um teste?”. Disse que eu queria. E foi assim. Foi uma coisa maravilhosa, pude conhecer o mundo. Eu faço alguns trabalhos ainda, mas a prioridade agora é ser atleta. Todos os ensaios que faço são ligados ao esporte, até porque meu corpo mudou. Estou mais morena, mais forte, tenho músculos, né? Um pouco de marca de óculos por causa do sol. Mas eu era bem mais magrinha e bem mais branquela (risos). Lá fora, não tem muito a distinção de passarela ou fotográfica. No Brasil, parece que tem aquela coisa de ser alta e magra para fazer passarela. Então aqui fiz mais passarela – explicou a jogadora.
Mas, assim como aconteceu com a carreira de modelo, foi o acaso quem trouxe o vôlei de praia para a vida de Elize. Depois de uma temporada em Paris, capital francesa, ela voltou ao Brasil para passar as férias em Vitória. Um antigo técnico que a conhecia da quadra a chamou para bater uma bola na areia. Foi amor à primeira vista.
– Pensei: “Caraca, é tão bom isso”. É ao ar livre, sabe? E logo depois tinha a etapa do Brasileiro em Vitória. Me inscrevi e joguei o qualifying do Open, porque na época a regra era assim. Os dirigentes da CBV me viram jogando e falaram de um projeto chamado Renovação, em Saquarema, que colocava meninas novas no vôlei de praia. Me chamaram para o teste, fui e passei. E aí foi acontecendo – relatou a capixaba.
Desde setembro do ano passado, ela faz dupla com a catarinense Josi nas areias. Na sétima e antepenúltima etapa do Circuito Brasileiro de vôlei de praia, as duas conseguiram seu melhor resultado juntas, um vice-campeonato. As parceiras foram derrotadas pelas irmãs cariocas Maria Clara e Carol na decisão deste domingo, em João Pessoa, mas saíram com medalha de prata no peito e protagonizaram momentos emocionantes. Um deles, no jogaço da semifinal contra Taiana e Fernanda Berti. No fim do confronto, se ajoelharam na areia e se abraçaram.
– Eu acho que está tomando consistência o nosso time, somos uma dupla nova. Estamos crescendo e demoramos a chegar em uma semi. Buscávamos isso há algum tempo. Estou muito feliz com o que aconteceu.
Elize afirma ainda sentir saudades da época de modelo, contudo, hoje ela tem um sonho maior na carreira como jogadora de vôlei de praia.
– Foi uma fase muito boa da minha vida, gostava muito, mas meu sonho agora, que é o mesmo de outras atletas, é participar e ser medalhista de uma edição das Olimpíadas – concluiu.
DIZ MP - 06/10/2025