João Pessoa, 19 de abril de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Eu Wally

Comentários: 0
publicado em 19/04/2025 ás 07h00
atualizado em 19/04/2025 ás 08h47

Na semana passada, no fim de semana eu Wally no´Domingo no Parque´ de Gilberto Gil e vi João, Juliana e José, e um deles com a faca na mão. Aí veio um ET e disse: ´tudo bem?´ Eu disse, tudo bem. Besteira, né? Né não – ´O espinho da rosa feriu Zé o sorvete gelou seu coração´

Fiz desvios de rota, quis mandar no destino e então já no cerne do encantado do eu sozinho, estava na pista escura rumo a Cabedelo e emburacar  no Navio Negreiro, onde ´Se estreitam num abraço insano, azuis, dourados, plácidos, sublimes´

Eu Wally só, desejei o guarda-chuva de Nelson Rodrigues, já que não estava mais no Parque da Jaqueira (em Recife) vendo vários cães numa sinfonia, longe da caravana estupida que corria apressada. Na calçada da avenida Rosa e Silva, matei um batedor de carteira no sinal fechado.

Por meio de vozes sussurradas, jamais ouvidas, apesar de que todo mundo ou quase, tem escutado as vozes da pandemia e eu brasileiro confesso que falo sozinho pra caramba.

Risadas na calçada do poder e o K acordava de um sonho estranho, com gosto de cachaça sabor frangelico liqueur no êxtase, sexo, sexya piu e o sangue correndo nas veias abertas de uma radiografia humana, demasiadamente.

Da infância à adolescência eu só comia pratos de papa no entardecer e minha mãe era uma gata e meu pai, Dom Capitão, mas quando era arroz doce eu vomitava até as tripas.

Vi diferentes crituras na cruz às voltas com as inquietações à travessia caótica do mundo, quando os medos permanecem, gritando meu nome e viu e via e eu ia, até surgir discos voadores do fundo do Triângulo das Bermudas.

O velho Lacan estava redondamente enganado quando disse que a mulher não existe, coitado, existe sim. Lacan parecia não ter falo, folego, para repetir tal asneira ou era tudo da boca pra fora.

Tá vendo aí  Jean Dubuffet  tinha razão, no país de estetocracia – todo mundo no grau  faz gala em pertencer à casta dominante e se afirma, antes de mais, adepto do bom gosto, do discernimento estético, da fala elegante, da boa escrita. Olé, olá

Eu sempre acho que não tenho dito no que toca o outro, mas nunca vi tanto jorro na elocubração do amor. Me parece que há algo que não se perde na volta e se olhar pra trás não encontrarei jamais a minha Dafne preferida.

Esqueçam os mortos que esses já nos esqueceram, nem sob a luz do candeeiro  do pajé  Iris do Mar de Lucena, perto do mar, longe do sertão.

Kapetadas

1 – Tem boas ideias mas sabe ser inconveniente e eventualmente não conhece seu lugar. Quem?

2 – Queria alguém que me pegasse pela mão e me levasse para resolver todos os problemas. Quem?

3 – Ilustração de Jean Dubuffet. Quem?   (Le Havre, 31 de julho de 1901 — Paris 12 de maio de 1985) foi um pintor francês)

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB