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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Ricardo e a Assembleia

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publicado em 03/02/2015 às 16h28
atualizado em 03/02/2015 às 13h29

Nenhuma dúvida reside quanto à projeção de que o governador Ricardo Coutinho perfilará um quadriênio menos tenso no ambiente político da Assembleia Legislativa, na comparação com os quatro primeiros turbulentos e movediços anos de sua ‘era’ na chefia do Executivo Estadual.

Na Assembleia que lhe tirou o sono e lhe impôs derrotas sob o domínio do deputado Ricardo Marcelo, agora habita um comando aliado. Adriano Galdino é mais do que parceiro político, é filiado ao partido do governador e abriu a resistência em Campina Grande pós-rompimento do clã Cunha Lima.

A convivência, portanto, com o Legislativo deverá ser permeada por um terreno mais fértil nas relações. Foi esse traço que o socialista fez questão de assinalar durante sua mensagem ao Poder, na tarde de ontem, ocasião na qual exortou os “ventos da harmonia” no lugar das tempestades dos confrontos.

Cabe aqui um rápido flashback. Se setores majoritários da Assembleia fizeram oposição a Ricardo, o Governo também fez dura oposição à Assembleia. Não foram raros os petardos do governador contra o Poder. Ao ponto, inclusive, de Ricardo chegar a insinuar valores e preços de apoios no Parlamento.

Em momento crítico de sua campanha, era sustentado por, no máximo, seis parlamentares. Os demais desertores do seu bloco foram freqüente e abertamente incluídos no rol dos mercantilistas na boca do governador. Começando 2015 repentinamente apoiado por pelo menos 19, ninguém sabe se ao custo do que denunciava ou por inspiração republicana, aliviará o tom contra os deputados.

E, como já foi dito aqui neste espaço, ao que tudo indica, no segundo governo, pelas razões contextuais e de crédito popular inequívoco das urnas, Ricardo enfrentará uma oposição mais light e um plenário com deputados menos radicais, histéricos e, em alguns momentos, extremistas, no passado recente. Por uma razão bem simples: esses agora estão lépidos e faceiros no colo do governo.

Politicamente… – Na mensagem ao Legislativo, Ricardo reforçou o corte de gastos e falou em equação social de enxugamento da máquina. Dessa vez, inseriu sustentabilidade ao discurso.

…Correto – Para ele, a opção “também economizará na emissão de papéis e circulação de veículos, inibindo a ação de dois protagonistas impiedosos no consumo dos recursos naturais”.

Festejando o triunfo – Depois da vitória na Assembleia, deputados aliados foram à Granja Santana cumprimentar o governador. De lá, seguiram para Camboinha e desembarcaram na casa deputado Ricardo Barbosa (PSB), um dos articuladores atuantes da vitória de Galdino. Terminaram a noite de comemoração com muita comida e música.

Banquete – Na mesa, bode, feijão verde, arroz, purê e churrasco. Os 16 deputados que passaram pela festa ainda encontraram feijoada. É que a previsão inicial da festa era pro almoço.

Baixo nível – “Eu nunca vi o que ocorreu nesta eleição nem em disputa de associação de agricultores na zona rural. Foi vergonhoso o que houve”, desabafou o deputado Frei Anastácio (PT).

Baque – Novato na Casa, Dinaldo Filho (PSDB) confessou-se frustrado na estreia. “Me decepcionei muito com a forma com que foi realizada a eleição na Assembleia”.

Revide – “Se houve violência foi de Ricardo Marcelo”, reagiu o deputado Hervázio Bezerra (PSB), para quem a receita foi “uma estratégia para derrubar um gigante”.

Baile – Talhado no embate, Bezerra mandou o recado para a oposição, disposta a entrar na Justiça para anular as eleições. “A música que tocar nós vamos dançar”, avisou.

Defecções  – No núcleo do jardim girassol, não há mais dúvidas. As duas deserções na votação secreta são atribuídas aos deputados Caio Roberto (PR) e Galego Souza (PP).

Carapuça – Ciente das suspeitas, Galego Souza soltou nota negando “traição” à dupla Adriano/Gervásio. “Quando dou a palavra, não volto atrás”, jurou o parlamentar.

Medalha – O experiente Heraldo Nóbrega profetizou: “Galdino credenciou-se para vitória ao se tornar herói da resistência de Ricardo em Campina, na ‘sangrenta batalha’ de 2014”.

Coração de mãe – O deputado Pedro Cunha Lima (PSDB), advogado, abraçou a luta pela melhoria do sistema público de saúde. Ouviu pedido especial em casa. De dona Sílvia Almeida.

Santo de casa – A organização do “Maior São João do Mundo” vai buscar recursos da iniciativa privada, fora da Paraíba, para manter o título da festa. Não espera por parceria com o Estado.

 PINGO QUENTE – “Foi uma sessão digna de UFC”. Do deputado Renato Gadelha (PSC), confessando surpresa e mal-estar com o que viu na primeira sessão como estreante na Assembleia.

*Reprodução do Correio da Paraíba.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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