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Kubitschek Pinheiro MaisPB
Fotos – Anthony Vanity
Já imaginou uma Marchinha Fúnebre em pleno carnaval? Pois o cantor Leopold Nunan, brasileiro radicado em Los Angeles, acaba de lançar o segundo single do disco “Leo From Rio” exatamente nas portas do carnaval. “Marchinha Fúnebre”, chega depois do lançamento de “Quem é teu baby”, com Sônia Santos e Ana Gazzola, em 2023.
“Marchinha Fúnebre” é uma canção hilariante e tem vocais de apoio gravados por João Pires Correia, o Criolo, cantor deficiente visual de Cabo Verde, e Eli Vasconcellos, e instrumentos gravados por músicos da Timbalada na banda.
O clipe, com muito humor, está cheio de palhaços que vagam pelo maior Halloween de Los Angeles, em West Hollywood, a meca gay estadunidense. O Dia dos Mortos mexicano também foi uma inspiração. O vídeo foi dirigido e editado pelo brasileiro Anthony Vanity, usando as tecnologias de Inteligência Articial (AI), Imagens geradas por computador (Computer-generated imagery/CGI) e Efeitos (FX), com maquiagem do lendário mexicano Alfred Mercado.
“Eu aprendi sobre indumentária e montação nos carnavais da vida. A inspiração para o clipe vem do próprio carnaval e de “El día de los muertos”. Encarno vários personagens que habitam a loucura e os devaneios carnavalescos. O carnaval tem esse espírito libertário de se permitir, soltar as amarras”, explica o artista.
O día de los muertos se baseia na lenda de que os Mexica, o povo indígena dominante da era pré-hispânica, viajavam depois de morrer pelas nove regiões do submundo, conhecidas como Mictlan. Neste dia, milhões de famílias constroem altares em suas casas como forma de homenagear seus entes queridos.
O álbum foi financiado com recursos da Music Forward Foundation e do Citibank, que selecionaram dez projetos LGBTQIA+ de artistas imigrantes e pessoas de cor (Person Of Color/POC) entre mais de 250 mil propostas. Ele é portador da rara síndrome Charcot-Marie-Tooth (CMT), grupo hereditário de doenças do nervo periférico que afeta movimentos e sensações nos braços e nas pernas.
Veja aqui a letra da Marchinha Fúnebre, que Beto Brown escreveu e Leopold Nunan canta e joga nas plataformas mundiais.
LETRA
Depois de morto, não quero nem saber
As minhas cinzas não vão poder dançar
O meu gogó já não vai mais beber
Tá tudo lindo, mas que perfeito
Tudo tem fim e o fim
Não tem mais jeito
Tá tudo lindo, tá tudo certo
Foi só mais um que abotoou o terno
Em entrevista ao MaisPB direto de Los Angeles, o artista botou mais fogo no carnaval com sua marchinha e lembrou que “a galera não pode perder tempo e curtir a vida hoje, neste carnaval de 2024.
MaisPB – Direto ao assunto – Marchinha Fúnebre. Vamos começar por aqui? O single é hilariante – parece uma indicação de quem já morreu e manda recadinhos para quem ainda não foi, tudo muito bem divertido. Estou certo?
Leopold Nunan – Sim, está certíssimo, e nada melhor do que uma marchinha carnavalesca para lembrar a galera de não perder tempo e curtir a vida hoje, neste carnaval de 2024. É no Carnaval que a gente solta as amarras, se permite e curte a vida. Eu meço a minha por quantos carnavais eu já vivi, ou melhor, sobrevivi.
MaisPB – Antes você lançou o “Quem é teu baby” cujo clipe mostra uma festa amorosa com todo mundo junto e misturado, numa liberdade plena como deve ser e ainda traz o cafuné, o beija o pé, a música é incrível. Vamos falar dessa sacada inicial do disco Leo From Rio?
Leopold Nunan – Muito Obrigado. Eu escolhi lançar primeiro a “Quem e teu baby?” Porque ela é confortante pros meus ouvidos e alma. Ela é um coco nordestino que remete imediatamente a minhas raízes – sou carioca com pai piauiense e ouvíamos de tudo em casa, pelo som do meu pai: repentistas, Banda de Pífanos de Caruaru, Jackson do Pandeiro e muito mais. É uma canção forte, cheia de paixão, tem esse aconchego incutido nela. Foi essa mágica que me convenceu de abrir os trabalhos com ela.
MaisPB- O próximo single é Pé de Maracujá que também chega com clipe – adianta aí pra nós alguma coisa?
Leopold Nunan – Pé de Maracujá é uma homenagem ao Rio de Janeiro, à cidade mais cinematográfica do mundo. Uma música para todas as idades de 8 a 80. Está tudo muito lindo. Para esse álbum, eu escolhi com muito amor todas as músicas, é o que eu sempre quis cantar e lançar. Estou realizando todos os meus sonhos com esse álbum.
MaisPB- Você é um talento plus e vem da trajetória no ballet moderno, participando de peças premiadas com Prêmio Sharp e Coca Cola de Teatro, como “Hair” e “Sweet Charity”. Vamos contar essas vitórias aos leitores da Paraíba e do mundo todo?
Leopold Nunan – Eu, desde pequeno, me metia em todas as aulas de dança, como não tinha muito homem nas aulas de ballet, eu ganhava bolsas de estudo pra aprender a dançar com técnica. Queria participar de todos os shows de música do colégio, cantava pra família e amigos dos meus pais nos almoços em casa e tive a oportunidade de começar cedo nos palcos. Eu, com 14 anos, já estava trabalhando e fazendo musicais, comédias e shows, sindicalizado como profissional dos palcos e da dança . O teatro é um grande aprendizado e faz muito bem a qualquer pessoa em desenvolvimento.
MaisPB – Quando sairá o disco completo?
Leopold Nunan – Eu vou lançar single por single, porque eu não tenho uma gravadora por trás e quero lançar um videoclipe pra cada faixa. Esse ano sai todo o álbum, mas um single a cada vez. Eu estou completamente apaixonado pela arte cinematográfica
MaisPB – Como foi sua homenagem a Cazuza no programa “Amor e Sexo” de Fernanda Lima?
Leopold Nunan – Foi a maior honra participar, no meu pais de origem, de um fenômeno televisivo como o Amor e Sexo – foi um marco histórico e lembro que, no set, o clima era realmente de amor e família. Tive a oportunidade de fazer uma homenagem ao cantor que mais me influenciou, o maravilhoso Cazuza. Ele me deu a força que eu precisava pra cantar ao vivo naquele dia pra milhões de pessoas. Conheci Gloria Groove, Pabllo Vittar e Dudu Bertholini e muito mais em um só dia. Imagina a minha emoção.
Veja o clipe aqui
MaisPB
Podcast da Rede Mais - 23/04/2024
