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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Meu coração não é vagabundo

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publicado em 28/11/2023 às 07h00
atualizado em 28/11/2023 às 05h12

Meu coração é uma delicadeza de memórias tecidas na afetividade, no amor, no bim bom de suas batidas. Digo isso porque aprendi com minha mãe exatamente o contrário: – ela dizia: “coração é terra que ninguém anda” – anda sim,  pisam nele, maltratam, ou faz ele bater mais forte, quando encontramos a outra banda da laranja. É banda ou metade?

Sempre gostei de caminhar (aprendi com meu pai, que dizia: “faz bem ao coração”. Meu coração trabalha, ele não é vagabundo..

Vamos pensar que o coração é quem salva a lavoura, já que ele é bastante irrigado, cujas artérias se entopem à toa. Meu coração às vezes fica ilhado, alheio, avariado, mas não se engana.

Meu coração é um disfarce para minhas razões, sim,  a razão, que o coração inventa que tem e a própria razão desconhece.

Passei temporadas brigado com ele pelos amores que perdi, que ele não avisou, nem hora, nem lugar, sequer os tiroteios. A gente diz que faz o que coração pede. Faz não, o coração não pede, ele empurra para ilusões cardíacas. E existe isso, Sr. K?

Bate em mim um coração avassalador. Certamente, se eu morrer do coração  terei culpa no cartório. Me emociono e choro facilmente, mas não é minha culpa, minha máxima culpa mais do que tudo, assumida.

Porque estou escrevendo isso? – não quero colocar culpa só no estresse, mas todo dia aparece uma bombinha para eu desarmar. Meu coração de criança não aguenta – abre as perdas, coração! Esquece.

Por esses dias o meu coração deu sinal que não eu posso resolver tudo sozinho. Senti uma dor no peito, que depois foi parar no braço e aí, eu morri.

Dr. Italo Kumamoto, o mestre sertanejo oriental, recomendou um eletro, um exame de sangue das enzimas – achei bonito esse nome – enzimas – tudo certo como dois mais dois são 4.

Pra fechar, fui fazer uma angiotomografia do coração. Eu nem sabia que existia isso. Zerado.

Apesar das dores dos pesares, ainda bate meu coração vagabundo.

Tenho absoluta convicção de que os bichos são também pessoas de bom coração. E sei (e aprecio) demais da conta, ouvir as batidas de outros corações.

Kapetadas

1 – O cachorro que salvou a Ana Hickmann de apanhar do Alexandre, avançando nele, foi o mesmo que ela resgatou das ruas e ele brigou com ela no dia. Tudo vai encaixando.

2 – Qual das duas termina e reata, Maiara ou Maraisa? Eu nunca sei.

3 – Se chorei ou se sorri, o importante é que o meu rímel é à prova d’água. E priu.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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