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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

As canções que Roberto fez pra gente

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publicado em 18/11/2023 às 07h00
atualizado em 18/11/2023 às 05h58

Que desígnio é este? Que artista é esse, o Roberto Carlos?

Desde a primeira vez que o vi, acho que no Ginásio Almeidão, na década de 70, fiquei besta, me sentido tomado pelas canções do rei. Eu era garoto e sabia as canções de cór, dos especiais domingueiros na Rádio Alto Piranhas, de Cajazeiras.

Poxa, eu tinha acabado de sair de uma cidade do interior e estava ali para ver o Roberto cantar… Eu não cabia dentro de mim, tamanha emoção. Esquece, já estou velho. Perdi a conta de quantas vezes vi o rei no palco.

Roberto é a memória da gente convocada, as canções que celebram o íntimo de nós, dos dias solares, nossas tardes de domingo e noites no sereno, noites de amor, dos elementos, da natureza e do corpo, amada amante, o conjunto da obra, o melhor, a dar lugar à enunciação de uma emocionalidade grandemente contida, ao ver mais uma vez Roberto Carlos cantar para uma multidão, na Domus Haus, na quinta-feira passada.

Constelações, além do horizonte, um lugar para viver em paz, tantas canções que simulam casos, acasos, pequenas tristezas e maiores alegrias – lindo, quando ele falou na compositora Isolda, até apontou para o Amém e cantou: “Você foi o maior dos meus casos, de todos os abraços, o que eu nunca esqueci”.

Ninguém esquece Roberto Carlos. Um show excepcionalmente belo, visceral. A orquestra intensa, e logo se estabelece um elo com o público, que canta as canções, em quase duetos, com ele, seus poemas de amor, os clássicos de sua lavra autoral.

Cheio de detalhes, dos mínimos pormenores, Roberto é a musicalidade que nos acompanha desde  criança. O milagreiro toque da memória em torno da alegria do corpo, da alma e do coração – uma intensa luz nos clássicos referentes a um tempo juvenil e imaculado, de um tempo que é hoje  e ainda não estamos na sombra do esquecimento.

Canções que falam do sol, das montanhas, das estrelas que chegam mais perto só pra a ver, “meu bem, meu bem, você tem que acreditar em mim” e tanto mais expressivas, quanto o artista, que se agiganta na casa dos 80. Nunca tinha visto ele falando tanto com público…

Canções do Roberto em Graças, ele de paletó azul e uma camisa branca com detalhes coloridos,  sem aparentar os 82 anos e que deixa sempre em  nos, as evidência da felicidade.

Ah! Ele cantou “Evidências” de José Augusto. “Chega de mentiras, de negar o meu desejo, Eu te quero mais do que tudo, Eu preciso do seu beijo, Eu entrego a minha vida, Pra você fazer o que quiser de mim, Só quero ouvir você dizer que sim”

É isso, o show de Roberto Carlos são evidências de uma felicidade: a gente canta, chora, se abestalha, e volta para casa.

Kapetadas

1 – Eu fui criança, eu sei o que é o amor

2 – Se cada homem babaca tivesse plantado uma árvore não tava esse calor todo.

3 – Fotos (Reprodução Instagram) e KP

Aqui estão algumas canções do show

Emoções

Como Vai Você

Além do Horizonte

Ilegal, Imoral ou Engorda

Detalhes

Outra Vez

Olha

Nossa Senhora

O Calhambeque (Jam instrumental)

Lady Laura

Sua Estupidez

Evidências

Esse Cara Sou Eu

Amigo

Como é Grande o Meu Amor por Você

Jesus Cristo

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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