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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Comércio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

O fracasso da ONU

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publicado em 07/11/2023 às 08h09

Por Alexandre Costa

Os dois grandes sangrentos conflitos internacionais em curso na Ucrânia e no Oriente Médio provocaram uma reflexão mundial sobre o pragmatismo e os verdadeiros propósitos e objetivos da Organização das Nações Unidas (ONU) nos dias hoje que desemboca numa instigante pergunta: afinal, para que ela está servindo mesmo?

Criada no fim da Segunda Guerra Mundial com o princípio maior de promover a paz e progresso social entre as nações, a ONU, substituta da Liga das Nações, do alto dos seus 78 anos, sofre um esgarçamento natural ao tentar mediar e resolver conflitos internacionais do primeiro quartel do século XXI com um modelo amorfo de resolver disputas da primeira metade do Século XX.

Obvio que esse arcaico e anacrônico modelo da ONU de mediar e resolver conflitos mundiais está ultrapassado e precisa urgentemente ser repensado e readequado a nova geopolítica e as inovações tecnológicas da guerra moderna que utilizam armamentos com tecnologia de ponta de efeitos devastadores. Depois inúmeras e infrutíferas reuniões e dezenas de resoluções vetadas e muito blá-blá-blá a ONU não consegue um simples cessar-fogo ou trégua entre o Hamas e Israel nem muito menos na guerra da Ucrânia causando uma horripilante carnificina de ambos os lados principalmente de refugiados inocentes em dantescas cenas televisivas que estarrecem o mundo.

Hoje, a ONU conta com 193 Estados-membros distribuído em seis órgãos principais: A Assembleia Geral, três Conselhos [Segurança, Econômico e Social, Direitos Humanos] o Secretariado e Tribunal Internacional de Justiça. Desses, apenas o Conselho de Segurança, composto de 15 países-membros, sendo cinco permanentes com direito a veto (EUA, China, Rússia, França e o Reino Unido) e dez rotativos eleitos pela Assembleia Geral para um mandato de dois anos.

E foi na qualidade de membro rotativo que o Brasil, representado pelo Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, assumiu durante todo o mês de outubro a presidência da mais alta instância daquele órgão, o Conselho de Segurança, ficando claro para o mundo a ineficácia e impotência desse conselho para criação de um corredor humanitário para saída de refugiados ligando Gaza ao Egito. Um simples Veto dos EUA condenou a morte, milhares de inocentes palestinos que sucumbiram pelas bombas de Israel ou tombaram de fome, ou de sede.  Vieira saiu atirando. “Ao entregar a presidência para a China acusou aquele Conselho de falta de consenso e imobilismo e disparou: “é uma vergonha”! Se não agirmos agora, quando agiremos?”.

A dura fala de Mauro Vieira escancarou para o mundo o fracasso daquele importantíssimo órgão responsável pela preservação e manutenção da paz entre as nações alertando que é chegada a hora de repensar e formatar uma nova ONU alinhada ao novo tabuleiro da geopolítica mundial.

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).  

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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