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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

A certeza

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publicado em 21/05/2023 às 08h30
atualizado em 21/05/2023 às 05h36

Nunca teremos. Teremos, sim. Vamos até o final do texto. Aliás, o que significa não importa, mas a certeza está na natureza de cada um. Eu tenho certeza onde piso, a quem beijo e abraço, em público. Tenho certeza? Sim.

A palavra vem do lugar onde mora o silêncio, da expressão mais justa, bem antes da explosão de uma decepção. Precisamos ter muito cuidado quando falamos de amizade – as pancadas muitas, digo figuras, mostram outros carimbos, sem luz, sem calor. Tem certeza? Tenho.

Certeza eu tenho que o nordestino é de fibra, mas fibra se desmancha no ar, saem pelos dedos das mãos que trabalham na geometria de zil anos, quando achamos que temos certeza, certeza pra valer, já que depois da pandemia, ou bem antes, lá na cruz, já se tinha essa sensação do status quo. É pau, é pedrada.

O encontro e a descoberta dessa linguagem, sua qualidade, caráter ou virtude, o que isso faz sentido, não precisa de séculos para perdurar. Claro que não, o nosso encontro já define essa natureza.

Até onde nos permitimos, portas abertas das casas, a imensidão dos gestos, quando lá atrás escrevo um texto para a escritora Ângela Bezerra e a chamo de azul-turquesa, com certeza – há mais 30 anos.

Li um texto de Milton Marques “A Língua, Vetusta Senhora” que nos remete para os versos de Gregório de Matos Guerra: “sabe as ciências, que nunca aprendeu. Entre catervas de asnos se meteu” Milton é punk, viu? Isso é que dá, cê querer freqüentar o clube da luta, sem saber escrever.

Por exemplo? – Escrever um discurso para ser lido por outra pessoa, como se fosse dela, quase uma carta de amor, um trabalho intelectual que não tem preço ou fazemos por amizade, na certeza de que estamos elevando o potencial do outro, mas por via das dúvidas, zere a reza. Tem certeza? Tenho.

A certeza é uma ligação, já percebemos na linguagem dos lábios. Nas palavras gestos, na paz e na guerra. Se você tem a certeza que é amigo, que isso representa a sua participação, respeite o pensamento e a ideologia do outro.

Sem a certeza, perdemos o bem-querer de quem mais gostávamos, gente cercada de anismos e mensagens podres enviadas uns para outros.

Talvez por isso bandos do umbigo são abandonados, por conta das relações, relações hoje, perigosas. Tem certeza? Tenho.

Vamos imaginar que a certeza é um tiro: minha mãe dizia – “minha palavra é um tiro”.

Afugentem os barulhos, com certeza.

Moral da história.

A escritora Ângela Bezerra com certeza, é minha amiga. Um certo dia, o saudoso cronista Luiz Augusto Crispim. lhe perguntou: “Ângela, o que é melhor em nossa amizade? Ela disse que não sabia. E ele respondeu: “a certeza”.

Alguma dúvida?

Kapetadas

1- Esqueça os erros do passado. Você já não é inexperiente. Com certeza pode errar muito melhor agora.

2 – Ao ir pra cama com uma cozinheira, lembre que depois ela pode querer dormir de conchinha, escumadeira, garfo etc.

3 – Som na caixa: “Batidas na porta da frente, é o tempo” Aldir Blanc/Cristovão Bastos

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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