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ENTREVISTA EXCLUSIVA

Dinho Ouro Preto abre baú de memórias dos 40 anos da banda Capital Inicial

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publicado em 05/11/2022 às 10h36
atualizado em 05/11/2022 às 15h01
Foto: Leo Aversa

Kubitschek Pinheiro MaisPB

Fotos Leo Aversa

O projeto fonográfico  do Capital Inicial 4.0 iniciou-se neste ano de 2022, ano em que a banda chega aos 40 anos de estrada, sempre inovadora. O objetivo do projeto está focado no resumo das 4 décadas do grupo, em 17 faixas. Os rapazes da banda Dinho Ouro Preto, Fê Lemos, Flávio Lemos e Yves Passarel são excelentes artistas.

Entre as canções, 12 faixas serão lançadas em um novo álbum, que é resultado da gravação de um show realizado no Rio de Janeiro, no dia 30 de março passado. O lançamento já aconteceu numa produção de Dudu Marote.

O álbum recebeu, ainda, participações especiais de outros nomes da música nacional, como Ana GabrielaCarlinhos BrownPittySamuel Rosa Vitor Kley

As outras 5 faixas serão divulgadas a partir de uma edição deluxe do álbum, que tem lançamento previsto para este mês de novembro.

O projeto Capital Inicial 4.0 ainda conta com uma turnê que está circulando o Brasil, cujo começo se deu no Palco Mundo do Rock. Serão 20 cidades.

O projeto Capital Inicial 4.0 é uma comemoração do legado do grupo, com foco no futuro e na conexão cada vez mais forte com o público de diferentes gerações.

Amor em Vão, marcou o início do projeto e foi a primeira música autoral nos últimos quatro anos do grupo. A canção recebeu a participação de Samuel Rosa. A iniciativa conta também com regravações de clássicos do Capital, um deles é a canção Natasha, que foi lançada no ano 2000. A nova versão foi gravada com a participação de Marina Sena.

Quem estiver indo a São Paulo neste mês de novembro, dia 18, poderá conferir o novo espetáculo de uma das maiores bandas de rock do Brasil, o Espaço Unimed.

O espetáculo conta com direção musical de Dudu Marote, produção executiva de Fernando Tidi, direção geral de Luiz Oscar Niemeyer e direção executiva de Luiz Guilherme Niemeyer. A direção de arte é assinada por Batman Zavareze, projeto de iluminação por Cesio Lima, direção de animação por Eduardo Souza e direção de fotografia por Márcio Zavareze. Os arranjos são da própria banda com Dudu Marote.

Dinho Ouro Preto conversou com o MaisPB  e contou tudo sobre os 40 anos de estrada e esse show que não pode parar.

MaisPB  – Qual é a sensação de festejar 40 anos do Capital Inicial com disco ao vivo e arranjos novos ressaltando os sucessos da banda? 

Dinho Ouro Preto – É uma grande emoção. Não é todo mundo que tem esse privilégio. Completar 40 anos de rock n’roll nos enche de orgulho. A estrada até aqui foi longa e muito bacana, e preparem-se, pois tem muito mais por vir. São quarenta anos de história compactados em faixas que marcaram nossa jornada e a dos fãs que nos acompanharam por todo esse tempo. Foi difícil chegar na tracklist final, mas o Dudu Marote, nosso produtor musical, ajudou bastante nesse processo e trouxe sugestões muito interessantes de canções mais antigas do Capital. Escolhemos 12 faixas para compor o visual-álbum e mais 5 canções extras para a versão Deluxe, que será lançada no final do ano. As músicas ganharam novos arranjos, participações especiais e uma repaginada. Acho que os fãs do Capital vão curtir bastante e que vai abrir uma porta para novos ouvintes conhecerem um pouco mais da nossa história.

MaisPB  – O show foi gravado na Cidade das Artes, Rio de Janeiro, em parceria com o produtor musical Dudu Marote. Como está sendo esse momento do Capital?

Dinho Ouro Preto  – Então…respondendo também a segunda parte da pergunta de cima…a parceria com Dudu Marote foi inédita para o Capital, pois apesar de já termos nos esbarrado no mercado da música, nunca tínhamos trabalhado com ele. Foi maravilhoso. Foi um olhar fresco sobre nossos grandes hits que resultou justamente em novos arranjos para grandes clássicos.

MaisPB  – Quando escutamos o álbum temos a impressão que as canções são novas, mas com regravações de faixas lado B e de canções escolhidas pelos fãs. Como se deu esse processo?

Dinho Ouro Preto  – Resgatamos algumas músicas do nosso repertório Lado B. Noite e Dia é uma delas. É uma balada que eu fiz com o Bozo Barretti. A versão original está no disco Eletricidade, gravado em 91. Ao longo dos anos várias canções, que para nós são super bacanas, foram ficando injustamente para trás. Nesse projeto 4.0 resgatamos algumas delas. Sabemos que muitas outras ficaram para trás, mas isso pode ficar para outro projeto algum dia no futuro. Noite é Dia é uma música que nunca foi trabalhada, nunca foi para rádio, não tem vídeo clipe e só era conhecida pelos fãs mais ardorosos. Espero que agora, com essa regravação, ela consiga o destaque que ela sempre mereceu. E, como se não bastasse, ainda tivemos a participação inspiradora da Greta Paganini. Na minha opinião ela ficou irresistível.

MaisPB  – O Passageiro traz um arranjo lindo e as vozes estão juntas com toda a força da roqueira Pitty. Vamos falar dessa performance?

Dinho Ouro Preto  – Cantar com a Pitty foi um dos momentos mágicos desse DVD. Eu sou um grande fã e admirador dela. Gosto do trabalho dela, da voz, da atitude, do conjunto da obra, da banda, de tudo que ela faz, acho sensacional. E foi assim desde a primeira vez que eu ouvi a Pitty. Já tive o privilégio de dividir o palco com ela, mas foram poucas vezes, e eu queria muito que ela participasse desse DVD. Eu estava com os dedos cruzados, torcendo para que ela topasse. Que sorte ter isso no nosso currículo, me orgulho muito daquela noite. E agora, no 4.0, voltamos a tocar ‘O Passageiro’ com o arranjo original que fizemos em 91, é mais rock n’ roll, mais fiel ao Iggy Pop.

 MaisPB  – “Kamikaze” é uma canção provocativa e não poderia faltar nesse disco, não é? Como foi gravá-la novamente?

Dinho Ouro Preto  – Kamikaze entrou para o DVD pois é um pedido recorrente dos fãs. Há muito nossos fãs pedem a inclusão dessa música no setlist dos shows. Então finalmente, sentamo-nos, buscamos os arranjos originais, Dudu Marote deu sua contribuição e saiu essa versão de Kamikaze. Um presente nosso para quem nos segue há tanto tempo.

MaisPB- Abrem o show e disco com “Veraneio Vascaína”. “Cuidado, pessoal, lá vem vindo a veraneio/Toda pintada de preto, branco, cinza e vermelho/Com números do lado, dentro dois ou três tarados/ Assassinos armados, uniformizados” Fale dessa pancada do Capital.

Dinho Ouro Preto – Veraneio é uma música composta por Renato Russo e é dos primórdios do Capital. Estranhamente e infelizmente, passadas quase 4 décadas… ela continua tão atual quanto quando foi escrita.

MaisPB  – A canção “Fogo” traz agora a voz de Ana Gabriela. Ficou bonito esse momento. Como foi receber a cantora?

Dinho Ouro Preto A voz de Ana Gabriela é sublime e trouxe uma nova vida, uma nova roupagem para Fogo – ficou sensacional. Ela é generosa, sensível e muito talentosa. Foi muito fácil gravar com ela, e eu estou agradecido por isso.

MaisPB  – “Tudo Que Vai”, com Samuel Rosa, ganhou uma nova levada. Fale sobre essa nova versão da música.

Dinho Ouro Preto – O Samuel foi a primeira pessoa que eu procurei quando o projeto ainda era embrionário.  Ele estava de férias no sul da Bahia e ele me respondeu que estava dentro antes sequer de eu lhe dizer o que eu tinha em mente. A participação do Samuel é algo quase que predestinado. Eu tenho uma admiração muito grande pela obra, pela voz dele, por ele como compositor, músico. Ele é brilhante, único, realmente um diamante.

 MaisPB – “Fátima” é um clássico antigo de 1986. Você lembra de quando ela foi mostrada pela primeira vez? A Rússia está ameaçando o mundo, é bem oportuna a regravação de “Fátima”, né?

Dinho Ouro Preto – É lindo quando a plateia grita “Fátima”. Fatima é um legado do Aborto Elétrico. Uma banda seminal de Brasília de onde saíram o Fe e o Flávio do Capital além do Renato Russo da Legião.  A letra é bem bizarra, misteriosa e hermética. Não dá para dizer exatamente o que o Renato tinha em mente. Suponho que em parte fosse uma alusão aos três segredos de Fátima. Mas ele se refere também à guerra nuclear que faz com que a canção se insira num momento de tensões crescentes na Europa oriental…

MaisPB – Esse disco tem tudo a ver com o tempo em que estamos vivendo – a canção Natasha mostra isso, com a voz potente da Marina Sena. O mundo parece que já acabou, né?

Dinho Ouro Preto  – Sim. O mundo anda muito complicado. Aliás, é cada vez mais complicado; parece que não há assunto nenhum onde haja um consenso. A discórdia e o sinal dos nossos tempos. Possivelmente a música seja uma das raras exceções. Ainda mais na voz da Marina…

 MaisPB  – “Depois da Meia Noite” parece uma música de cinema, concorda?

Dinho Ouro Preto  – Sim. Várias músicas do Capital poderiam estar em filmes. Talvez seja porque com frequência há pequenos enredos nas canções. Há histórias sendo contadas entre os acordes. Isso acontece em Natasha, Eu Nunca Disse Adeus e em Depois da Meia Noite…

MaisPB – Estão animados para tocar no Nordeste?

Dinho Ouro Preto  – Sim, amamos a região. O primeiro show dessa turnê foi em Porto Alegre. Sem contar o Rock in Rio, claro. Mas todos os seguintes foram no Nordeste. Já fizemos Teresina, São Luís e Salvador. Cada um foi melhor do que o anterior. O calor humano, o entusiasmo, a energia e a alegria das plateias nordestinas nos preparam para encarar o resto do país. Mas não acabou por aqui-ainda vamos voltar e fazer as capitais que ficaram de fora. Nos aguardem, em breve estaremos de volta na área, o Nordeste é irresistível…

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