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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

Alma, corpo, tempo

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publicado em 07/03/2022 às 06h40

E se a nossa alma envelhecesse no ritmo do nosso corpo? Mesmo compasso, mesma cadência? Mesma idade cronológica?

Seria assim também com os nossos sonhos, ideais, projetos, entusiamo pela vida, pelos amores, pelas paixões, pelas pessoas?

Tenho descoberto que não.

A alma e o corpo seguem destinos cronológicos e comportamentais inversos.

Enquanto as células do corpo cedem ao sono, ao cansaço, ao trabalho inexorável do tempo, a alma tende a despertar. E, quanto mais desperta, mais exigente fica, mais alto fala, como se reivindicasse algo. Como bem observou Wilde, “eis a tragédia da vida”, a alma, que nasce velha e se torna jovem.

Por vezes, causa alvoroço, não se conforma com o passar das horas, nem com a inércia das coisas. Exige movimento. Metabolismo acelerado. Ansiosa, segura nas mãos o bilhete, prestes a rasgá-lo, enquanto espera o trem sair da estação.

Já tentei ignorar, como se faz com a criança birrenta que se joga ao chão, esperneando. Mas, ao contrário da criança, ela não se conforma e mais alto grita.

Então, melhor deixa-la expressar-se.

Por mais barulhenta que ela possa ser, seus sons sempre são os mais belos, quanto mais bela ela for.

Deixarei que fale, que exija, que se imponha. Conversaremos profundamente, até chegarmos a um acordo.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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