Marca de preservativos retira publicidade da internet após críticas

 Uma frase interpretada por centenas de internautas como incentivo ao estupro de mulheres levou a marca de preservativos Prudence a retirar do Facebook nesta segunda-feira (30) uma peça publicitária publicada no último dia 16.

O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) informou ter recebido mais de 500 denúncias durante o fim de semana e que deve investigar o caso.

A peça publicitária "Dieta do Sexo" traz a imagem de uma mulher com um morango entre os lábios e uma lista de preliminares e atividades sexuais, acompanhada pela quantidade de calorias supostamente perdidas durante essas práticas.

Um dos itens, "Tirando a roupa dela", traz duas opções: "com o consentimento dela – 10 cal" e "sem o consentimento dela – 190 cal".

A frase irritou internautas. "Para a Prudence, sexo sem consentimento –ou seja, estupro, de acordo com a lei– é apenas mais uma forma de fazer sexo. Merece um belo boicote comercial, além, evidentemente, das medidas legais cabíveis", escreveu Ana Paula Portella, no domingo (29).

Apesar de a peça publicitária ter sido publicada apenas no Facebook, protestos se estenderam por outras redes sociais. No Twitter, foi criada a hashtag #PrudenceNaoApoieEstupro.

O movimento feminista Marcha Mundial das Mulheres publicou na internet nota de repúdio à campanha.

A DKT do Brasil, detentora da marca Prudence, retirou a publicidade da página da empresa no Facebook.

Em nota publicada na rede social, informou que o texto não é de sua autoria e que vem sendo divulgado como viral desde 2007. Mesmo assim, pediu desculpas.

"Apesar de não ser a criadora do texto, a empresa não se isenta da responsabilidade de avaliar os conteúdos publicados em sua página na rede social, e por isso lamenta a não percepção de possíveis ofensas originadas pelo material", diz a nota.

O comunicado afirma ainda que a intenção da empresa era contar "de forma divertida" quantas calorias um casal pode perder durante a relação sexual e preliminares.

A resposta não satisfez os críticos. Até o fim da tarde desta segunda-feira havia cerca de 215 comentários –a maioria negativos– na publicação dos esclarecimentos.

A assessoria de imprensa da DKT informou que responderá individualmente a cada internauta e que deve desenvolver uma ação de repúdio a crimes sexuais.

Folha

Leia Também

polêmica

Líder indiano diz que anúncios de camisinhas estimulam estupros

APÓS PROTESTOS

'O mundo tá chato': Conar julgará propaganda da Pepsi