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Francisco Leite Duarte é Advogado tributarista, Auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), Professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Direito econômico, Doutor em direitos humanos e desenvolvimento e Escritor. Foi Prêmio estadual de educação fiscal ( 2019) e Prêmio Nacional de educação fiscal em 2016 e 2019. Tem várias publicações no Direito Tributário, com destaque para o seu Direito Tributário: Teoria e prática (Revista dos tribunais, já na 4 edição). Na Literatura publicou dois romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”. Publicou, igualmente, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias ( “Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas: “Nos tempos do capitão” …

As flatulências engarrafadas do sistema

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publicado em 14/01/2022 às 07h01

Todos sabem que os capitalistas, pelo lucro, vendem até a mãe. Comercializar pum, entretanto, eu nunca ouvira falar, apesar de muita merda já ter sido vendida e comprada desde que a Revolução industrial mudou a forma de ser da humanidade.

Vi a novidade no Daily Star, um tabloide americano que adora esse tipo de notícias. De tanto esforço que fez, a modelo foi parar em um hospital, esfolada pelo vento que saía da biruta.

Mas, antes que o cancelamento das minhas redes sociais bata à minha porta, digo: pela Pátria amada, Brasil, Deus me livre de falar mal desse evento da História que trouxe a humanidade a patamares evolutivos nunca dantes navegados.

Falo das flatulências engarrafadas do sistema. Se engolir camarões sem mastigar levou a governança a uma constipação intestinal, imagino o que, pela missão tão nobre, a moça teve que comer, para produzir os gases em abundância.

O estranho é que uma presidenta foi injustamente ridicularizada, porque, em um dia de diarreia verbal não contida, falou em estocar vento, algo totalmente factível, mas ninguém viu essa gente verde e amarela criticar a venda dos peidos enlatados, manifestação legítima do empreendedorismo e da livre iniciativa tupiniquins.

Fiquei imaginando uma medida de referência, para servir de critério de valoração da mercadoria. Seria o odor, o barulho ou outro parâmetro subjacente presente nas taras da humanidade? Demais disso, havia algum medidor dessas referências? Onde estaria instalado o medidor de vazão? No órgão emissor dos gases ou nas narinas do comprador? Sei que se trata de indagações filosóficas profundas, mas todos sabem que perguntar é da essência dos amantes da sabedoria.

Mas, para ser bem sincero, é preciso que se diga: quem tem o que é seu que solte o vento que quiser, regra número um do sistema capitalista. E, para falar em sistema econômico, talvez a tal modelo vendedora de pum não seja uma capitalista, seja tão somente a excrecência dele, assim como é essa gente poderosa que curte música que chama as mulheres de cadela.

@professorchicoleite

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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