João Pessoa, 01 de agosto de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Mesmo com o empréstimo da Cagepa fora da pauta, os debates em torno do assunto continuaram acalorados na Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (01). O clima de acirramento chegou a um ponto de tanta tensão, que precisou o presidente interino da Assembleia, o deputado Trócolli Júnior (PMDB), tomar uma decisão não muito comum nos trabalhos do Legislativo: pedir a equipe taquigráfica que retirasse um termo ‘desrespeitoso’ usado por um deputado durante a sessão.
Depois de um pronunciamento contundente do deputado Gervásio Maia (PMDB) na tribuna, onde apresentou material com denúncias graves contra o presidente da Cagepa, Deusdete Queiroga, o líder do Governo na Casa, o deputado Hervázio Bezerra (PSDB), subiu à tribuna para exigir o direito de resposta ao dirigente atingido, já que, presente ao Parlamento, ouviu ‘calado’ tudo que havia sido apontado a ele.
Da Mesa da Casa, o deputado André Gadelha (PMDB) pediu um aparte ao tucano. Com o direito de falar concedido, o oposicionista passou a defender as denúncias de Gervásio Maia. Até esse ponto, parecia que seria apenas um discurso de apoio a um “companheiro” de bloco. Porém, no decorrer de seu aparte, André passou a acusar Hervázio de omissão – por não responder aos questionamentos levantados pelas denúncias de Gervásio. Atingido pelos ataques, e chateado com a demora do pronunciamento do opositor, Bezerra pediu que encerrasse sua fala. Foi o suficiente para o arremate “ácido” de Gadelha.
“Eu encerro minhas palavras agora, porque não estou disposto a ficar ouvindo essa “conversa” do deputado Hervázio Bezerra”, disparou, enquanto virava as costas e se retirava.
Alegando que não seria o termo mais apropriado para ser dirigido a um companheiro de parlamento por outro deputado, o presidente interirno pediu a seus auxiliares que retirassem da ata o termo “conversa” do texto. “Essa é um Casa de debate. O líder do Governo tem todo o direito de defender o que acha que deve. Isso não é ‘conversa’. Precisamos respeitar os nossos colegas”, afirmou.
Toma lá, dá cá – Apesar do ‘afago’ de Trócolli, Hervázio não aceitou a “afronta calado”. Sarcástico, Bezerra atribuiu a atitude indelicada de André Gadelha ao momento político por que passa em Sousa, onde disputa a prefeitura com o também deputado Lindolfo Pires (DEM).
“Credito tudo isso ao momento de instabilidade que ele está passando em Sousa”, ironizou o líder do Governo.
MaisPB
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