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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]
coluna do K

Quando era Feliz Natal numa cidadezinha do interior

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publicado em 25/12/2021 às 09h10
atualizado em 25/12/2021 às 09h29

Eu gostava do Natal, da noite de Natal, quando era menino. Não tinha árvore lá em casa, mas eu gostava. Não tinha presépio, nem ceia. A gente sempre jantava no final da tarde. Não era esquisito. Os dias eram assim.

A cidade mesmo pequena, ficava mais bonita na noite de Natal, assim como as fogueiras nas noites juninas, de fumaça e calor.

Esta sensação é no mínimo estranha, pois parece basear-se na necessidade de uma eterna noite de Natal, como se isso nos transportasse para outro lugar. Como se não houvesse outra noite igual.

Algo me deixa perplexo com os doutrinados, não bate certo, sabe? Não se entende mesmo, nem quando é Natal. O que se entenderia com facilidade para quem já teve muitas noites em branco.

Natal, a motivação de tantos, casas cheias, perus que sobram para o almoço do outro dia.

Alegrias redobradas, depois de tantas agonias e vidas perdidas.

Hoje as pessoas desejam Feliz Natal nas redes sociais, que é como a porta de um banheiro que cada um compartilha com o mundo, e alguns tentam, nessa posição pouco gloriosa, ensaiar suas capelas sistinas e outras sinas. Uns com muito, e outros com muito mais. Muito mais.

É raro uma pessoa não gostar do Natal. Marcos Pires não gosta de Papai Noel. Já eu adoro a “Mamãe Coragem” de Caetano Veloso

Buscar as luzes na paisagem, na pureza das impurezas.

O pão de Natal, ou as sílabas sobre o instinto do que não chega à música nem pode com ela, essas coisas que estão no sangue e não no script.

A música do Natal.

O arrastar para si a voz que rasga a boca das crianças, até onde vai a cidade e sua gente. Aliás, gente feliz não se incomoda com os outros, já  canta Vanessa da Mata.

Eu gostava da noite de Natal, quando era pequeno, porque a gente dormia mais tarde e só íamos embora da rua, quando o Natal tinha acabado.

Claro que eu nunca pensei que todo mundo fosse filho de Assis Valente…

Mas não custa nada desejar um Bom Dia de Natal, né?

Kapetadas

1 – A ilustração é “O Adoração dos Magi” por Rubens.

2 – Não existe entretenimento burro ou inteligente. Existe entretenimento. Quem decide o que é bom ou ruim é o controle remoto.

3 – Se não inventarem logo uma vacina contra estupidez, a humanidade morrerá estupidamente.

4 – Som na caixa: “Eu pensei que todo mundo, fosse filho de Papai Noel”, de Assis Valente.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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