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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

(A)parece dezembro

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publicado em 16/11/2021 às 07h47

As indiferenças ainda me fazem chorar.

Já é quase dezembro de um ano que não foi dourado e esse é o primeiro pretexto do meu texto. Não, o primeiro enunciado é a questão da indiferença. Isso bate aqui em mim. Ainda que casando, sei remar contra a maré e sou duro na queda.

Eu afinal já tinha até matado o príncipe e virado o rei. Depois vieram troianos, otomanos, todos eles passaram.

Estou a caminho de passar dessa para uma outra crônica, pois esse texto, que já não diz absolutamente nada ou faz de conta, mas mesmo assim, eu continuo escrevendo.

Não estou a b s o l u t a m e n t e preocupado com isso, nem com pessoa alguma que se apresenta indiferente e não são pouquíssimas – milhões, e têm em si as mesmas testas nazistas tão franzidas que dá vontade de passar creolina na cara.  Eu quero é paz.

Agora é verdade, eu sei, eu sei, eu só vim passar um alô por aqui porque não posso contar pra mim mesmo a vontade que eu estava de escrever um texto dos quase mil dias escondidos, porque ainda estamos naquele momento da hibernação constitutiva de baterias “inside and between”, mas eu espero não confundir. Cada macaco no seu ganho? Xô, xuá.

Seria melhor pularmos para 2023?

Pela primeira vez na vida não estou angustiado com a porta do absurdo, logo  depois de terminar a leitura do livro de Pondé “(In)felicidade para Corajosos” que nos acorda na cara do sol.  Tipo – quando eu era menino para ir a escola, acordava com cara de sono.

Às vezes sou mais teimoso que uma criança.

Eu mordo meu pensamento que por hora passa como uma sereia que canta o que já dizia o seu dono, o velho Caymmi “minha sereia rainha do mar, o canto dela faz admirar”.

A minha sereia é de papel crepom e prata e tem os olhos verdes da mulata, mas às vezes a mulata não é a tal.

Já é quase dezembro. Desventuras aventuradíssimas eu sou mais eu e nem posso prometer cada brilho zinho do sol que bate na minha camiseta com imagem de David de Michelangelo no peito, que poderia até falar, mas deixa quieto.

Em outras palavras, já não sou mais romântico, teve uma vez que me explicaram que é só dizer assim: não se mete comigo que eu________

Sobre a lacuna coloque por cima o seu melhor, depois ressuscite e vai cuidar da vida.

Eu sempre canto sozinho, “amor, meu grande amor não chegue na hora marcada”.

Marcar presença ou presenciar el milagro de la vida.

Kapetadas

1 – Não aguento mais ver tanta gente idiota achando que tem razão.

2 – Uma coisa é o “jeito da pessoa”, outra coisa é a pessoa ser mal educada, grosseira e insuportável. Nunca normalize pessoas te tratando mal.

3- Som na caixa – “E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal”, Jorge Ben Jor

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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