João Pessoa, 31 de agosto de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Com recuo de 2,5% frente aos três meses anteriores, a indústria foi o destaque negativo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre deste ano – que cresceu 0,4% ante o trimestre anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os setores mais prejudicados foram as indústrias de transformação e extrativa mineral, que "encolheram" 2,5% e 2,3%, respectivamente.
Segundo Rebeca de La Rocque Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, na indústria extrativa mineral houve queda na extração de petróleo e pouco aumento na produção de minério de ferro.
Já na indústria de transformação a queda foi na produção nos veículos automotores, uma vez que as concessionárias estavam com seus pátios cheios e diminuíram a produção. Também a produção de vestuário caiu, na medida em que aumentaram as importações de roupas.
"Com altos estoques, as montadoras aproveitaram para vender mais, sem efeito imediato sobre a produção", disse Rebeca.
Investimentos
O mau desempenho da indústria, segundo a pesquisadora, foi o principal responsável pela queda de 0,7% na taxa de investimento (formação bruta de capital fixo) em relação ao primeiro trimestre de 2012. O mesmo indicador teve retração de 3,7% em relação ao segundo trimestre de 2011.
O setor de produção de máquinas e equipamentos é o que mais pesa no cálculo dos investimentos, segundo Rebeca – e foi o segmento mais foi abalado pela queda de produção, tanto em automóveis como, principalmente, em caminhões, que tiveram sua produção diminuída devido ao aumento de custo para troca de motores de modo a atender a exigência oficial de menor emissão de gases poluentes.
"A produção de caminhões teve uma queda bastante expressiva", disse a analista do IBGE.
O desempenho da construção civil, que teve queda de 0,7% em relação ao trimestre anterior, não foi suficiente para melhorar o resultado dos investimentos, explicou Rebeca.
A pesquisadora disse que a queda em volume da formação bruta de capital fixo influenciou a taxa de investimentos que caiu para 17,9% no segundo semestre de 2012, quando marcou 18,8% em igual período do ano anterior.
As exportações também registraram queda (-3,9% contra o trimestre anterior e -2,5% em relação ao segundo trimestre de 2011), segundo Rebeca, principalmente pelo baixo preço das commodities. Os produtos com maiores quedas foram café, petróleo, carvão e metais não ferrosos, segundo a pesquisa do IBGE.
G1
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