João Pessoa, 16 de outubro de 2012 | --ºC / --ºC
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O Correio Braziliense – um dos jornais mais importantes do país, trouxe matéria em que relata as posições antagônicas do PSB nacional nesse segundo turno, no que tange sua estratégia de apoios. Salientando três capitais importantes onde ficou fora da ‘disputa final’, o periódico destacou o caso de João Pessoa entre as duas cidades onde o partido decidiu se manter neutro, diferente de Manaus, onde vai apoiar um dos concorrentes.
O jornal destinou dois parágrafos detalhando os motivos que fizeram o partido liderado pelo governador do Estado – que é destacado no texto como o defensor do voto nulo – decidir ficar fora do pleito.
Em um deles – quando fala de Cícero Lucena – a declaração do secretário-geral do PSDB nacional, Rodrigo Castro, chama atenção. Apesar das afirmações de que não procuraria de forma alguma o grupo de Ricardo para propor uma aliança, o dirigente revelou que há interesse dos tucanos de ter a militância girassol ao seu lado.
"Ainda estamos tentando uma aproximação, mas sabemos que Coutinho tem questões pessoais contra o nosso candidato, Cícero Lucena", afirmou Rodrigo de Castro.
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O segundo turno das eleições municipais mal começou e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, reforça o papel de independência adotado em relação ao PT e ao Palácio do Planalto. Em pelo menos três capitais importantes, o presidente do PSB adotou caminhos diversos do governo federal. Em Manaus, o partido socialista apoiará o candidato do PSDB, Artur Virgílio contra a concorrente do PCdoB, Vanessa Grazziotin. No palanque de Vanessa, subirão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff. Em João Pessoa e em Curitiba, os pessebistas não apoiarão nenhum candidato no segundo turno.
Eduardo Campos deve se encontrar nesta semana com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) em Uberaba (MG). Ambos estarão no palanque de Antonio Lerin, candidato do PSB à prefeitura da cidade do Triângulo Mineiro contra o deputado Paulo Piau (PMDB), ex-relator do Código Florestal. Mantendo a tática de insinuar-se como terceira via em 2014, sem romper o diálogo nem com o PT nem com o PSDB, Campos discutirá com Aécio possíveis dobradinhas em Vitória e em Porto Velho.
Para não atiçar ainda mais o ódio que nutre de parcela dos petistas enciumada com o crescimento do PSB no Nordeste, Campos alega que as escolhas das eleições no segundo turno devem ser tomadas com base nas questões locais. "O nosso candidato em Manaus, Serafim Correia (derrotado no primeiro turno), disse que não tinha como apoiar a Vanessa", confirmou ao Correio o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral.
Em João Pessoa e em Curitiba, novas divergências. Na capital paraibana, a disputa é entre o petista Luciano Cartaxo e o tucano Cícero Lucena. O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), tem pregado abertamente o voto nulo. Os demais líderes pessebistas ficam neutros. "Ainda estamos tentando uma aproximação, mas sabemos que Coutinho tem questões Pessoais contra o nosso candidato, Cícero Lucena", reconheceu o secretário-geral do PSDB, Rodrigo de Castro.
Coutinho também não gosta de Cartaxo. O petista é apoiado pelo prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PSB), que seria candidato natural à reeleição, mas rompeu com o governador e desistiu de concorrer para apoiar o candidato do PT. O PSB, para não ficar sem candidato, lançou Estela Bezerra, mas ela não chegou sequer ao segundo turno. Lula recebeu Cartaxo na semana passada na sede do instituto que leva o nome do ex-presidente em São Paulo.
Em Curitiba, existe uma simpatia da direção nacional pela candidatura do pedetista Gustavo Fruet, bancada pela chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Mas Fruet é ex-tucano, deixou a legenda brigado com o governador Beto Richa (PSDB) e não há clima para uma reaproximação. O atual prefeito, Luciano Ducci (PSB), vai defender a neutralidade — não há afinidades com o candidato do PSC, Ratinho Júnior.
Apesar dos apelos que deverão ser feitos por Aécio, a parceria entre tucanos e pessebistas em Vitória é praticamente impossível. O PSDB lançou Luiz Paulo Velloso Lucas, mas o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), apoia o candidato do PPS, Luciano Rezende. Em Porto Velho, o PSB tem Mauro Nacif. Os tucanos ainda não decidiram, mas mantêm conversas com o adversário de Nacif, Lindomar Garçom (PV).
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