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Médico. Psicoterapeuta. Doutor em Psiquiatria e Diretor do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba. Contato: [email protected]

Sombras no caminho

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publicado em 09/02/2021 às 07h21

Vocês já repararam como , na hora da festa, aparecem tantos rostos sorridentes? Vocês já perceberam que os que fugiram da briga são os que mais bebem e comemoram?

E eu aqui me perguntando: onde eles estavam quando o pau quebrou? Quando o remo se partiu, e todos apedrejavam a embarcação como um barco sem luz, à deriva???

Vamos combinar? Pode ir na festa. Mas não ria, para tentar se passar por bacana, que facilmente vão descobrir teu disfarce. Ria quando teu sorriso for sincero e verdadeiro. Que dois sorrisos não cabem na mesma boca. A contração dos lábios e as expressões faciais lhe traem.

Vocês já se deram conta, quantas vezes tentaram diminuir sua luz, como se você fosse um vaga-lume (foto), acendendo e apagando verdes luzes, por entre o mata-pasto das noites em Santa Rita?

Já tiveram pessoas tentando esconder, ou se passar por dono da obra que você idealizou; que com tanto cuidado e pessoalidade estava a realizar?

Já viram alguns pensando que eram capazes de diminuir sua dimensão, ou aniquilar sua invenção? Como se você só fosse capaz de criar uma única vez?

Diminuir, denegrir, tentar manchar teu trabalho? Já sentiram algo assim?

Ah! Meu amigo. Eu já vi tudo isso. E fiz de conta que nada via. Quanto mais você dá asas aos falsos, mais eles se acham brilhantes. E eles são danados para se apagarem por si sós. Eles se auto aniquilam. Auto denunciam-se com grande facilidade. Eles se espedaçam como uma melancia jogada na estrada, de dentro de um carro em velocidade. Pedaços inúteis por toda parte. Sujeira.

Quantas vezes pessoas assim me assustaram? Nenhuma. Quantas, de fato, foram capazes de me deter? Não sei. Mas, puxando pela lembrança, nenhuma.

Por que sou protegido, forte, mais sábios que eles? Não. Apenas porque visava o bem comum. Porque a luz que em mim refletia, irradiava em todos. Porque nunca precisei de monólogos para falar. Porque sonhei abertamente que o mundo seria melhor. E, por onde eu estiva, fazia minha parte para que ele pudesse ser.

Se eu era bom? Não. Eu era honesto. Só isso! Verdadeiro no objetivo traçado. Desassombrado. Que quem andava, à noite, por caminhos iluminados pela lua, não se assombra com falsas sombras que tentam lhe assustar. A lua pode ter pouca luz, mas pode iluminar, de uma só vez, a metade da terra. Lembre disso. Não temam sombras no caminho, porque elas, indubitavelmente, desaparecerão. Ou porque não passam de falsas imagens, ou porque tremem com a presença do teu corpo autêntico. Eu aprendi ser luz, com aquela lua suave, que tão serenamente iluminava o meu sertão em noites de ventania. Medo? E haveria de quê?

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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