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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Que 2021 seja um ano ímpar

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publicado em 31/12/2020 às 08h00
atualizado em 03/01/2020 às 08h03
2020 foi cruel, devastador. Esse ano fantasma que está indo embora, deixou pancadas e pesares em todos nós. 2020 não teve nada útil, muita estridência, e já está à sombra de si mesmo, um cadáver ambulante.
Durante toda a nossa vida, nunca tivemos um ano assim. A frase mais repetida: “nunca pensei”, pelo menos, é o que a minha sogra H, ainda diz todos os dias – “nunca pensei”. Já pensou?
Ironicamente, essa mística loucura da discrição e do desaparecimento de tantos, que nossos olhos acompanharam, obliterado por uma onda e outra e outra… A quantidade de perdas impressiona.
É culpa de 2020? Ou vem desde 2019, com aparição do vírus na China que se espalhou em exibição invisível, numa tela triste com meses dramatizados de forma triste, em milhares de lares tristes, e que só podemos pensar assim, evidentemente tristes, muito tristes.
A oportunidade parece estar chegando, mas como disse um amigo do K, amanhã sexta-feira, dia 1 de janeiro, será um dia qualquer. Além, propriamente, de tantas injustiças, tantos  feminicídios, porque ninguém aguenta mais. Cadê a vacina? Cadê a vacina?
O que sabemos de 2021, é nada. Ao lado dessa peste, urdidora de tragédias, que rechaçou amigos, familiares, profissões e salários, numa estúpida e total verossimilhança.
Começa a se produzir agora o holograma de um outro ano. Tomara que seja menos cruel, mas não se enganem: precisamos da vacina, como precisamos de vergonha na cara, da necessidade de mudança, de acabar com o racismo, de sermos mais humanos, para que possamos ter o direito de voltar a nos abraçarmos, como antes.  Que 2021 seja um ano ímpar. Até lá!
Kapetadas
1 – Eu soube que “A”,  fica querendo dar uma de certinho e critica “B”. Mas faz merda igual a “B”, o que dá argumento pra “B” poder dar uma de certinho em cima de “A”. E assim, concluímos por A mais B que o ideal mesmo é cada um ficar na sua.
2 –  Aquela velha história: Na prática, a teoria é outra.
3 – Som na caixa: “Teco, teco, teco, teco, teco/Na bola de gude era o meu viver”, de Pereira Da Costa / Milton Villela

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