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Médico. Psicoterapeuta. Doutor em Psiquiatria e Diretor do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba. Contato: [email protected]

É a nossa democracia

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publicado em 06/10/2020 às 07h21

Nomes e números começaram a efervescer nos podcasts, nas bios, tik toks, e twittadas dos nossos companheiros de internet. Os feeds e stories comandam. Tem candidato novo. Candidato velho. Muitas candidatas também. Não tenho dado muita importância. O marketing político, para quem tem mais de quarenta, é enjoativo. Aliás, em tempos mais difíceis, tão lançando mão de uma nova modalidade, o “marqueting caseiro”. E aí se repete tudo que se ouviu nos áureos tempos dos grandes marqueteiros.

Se for jovem: fulano de Tal, o novo na política. Mulher, não tem outro: a força da mulher. Os mais velhos: esse já fez e faz. Já foi experimentado. A campeã, desde a redemocratização, é tudo que fale de mudança. É hora de mudar. Para mudar. A mudança chegou. Como o alvo somos nós, o povo, esse é inesquecível e nunca envelhece. O vereador do povo. O povo no poder.

Essas campanhas de prefeitos e vereadores são bem diferentes das outras. Se a de 2018, para Presidente, ainda continua, e é, fundamentalmente, marcada por princípios ideológicas, as municipais se definem por coisas de dentro de casa. Enredos e fofocas. Quem roubou, quem não roubou. Esse negócio de Partido, desaparece. Também, para ser justo, o povo teria de fazer um curso de especialização em partidos, para aprender o nome dos 33 (é isso mesmo?) que existem e para que eles servem. Digo, a que se destinam ,como diria Caetano. Seria muito trabalho para estudiosos definirem e delimitarem o espectro ideológico de tudo quanto é P. Principalmente agora, que se misturaram, mudaram de nome, esconderam-se para o povo não identificar quem é quem. . Continuam firmes PT e PSDB que disputaram várias eleições seguidas.

Se bem que pouca gente está interessada em saber dessas coisas. Melhor para eles que não precisam se explicar. Para o povo, basta saber ,que A é contra B e B esculhamba C. Para a festa caseira, está bom demais. Dá para fazer comício, passeata e, claro, lives. Acho que candidato nenhum ganha esse ano, se não fizer, pelo menos, uma live. Será considerado ultrapassado, velho, demodê.

Confesso. Eu também gostava daquela enganação. Um caminhão, um sistema de som, uma atração musical e gente no meio da rua. Oradores se sucediam. Os mais desprestigiados falavam cedo, quando o povão (é assim que veem o povo!) nem tinha chegado. E a atração principal, o próprio candidato a prefeito ou um deputado apoiador. Estou falando tudo no masculino, porque uma mulher candidata era muito mais raro. Agora está melhor. Elas estão dentro, buscando espaço, decidindo junto, discutindo. Viva as candidatas desse país! Que elas ajudem a tirar o peso, o mofo, a sujeira dessa política de faz de conta e , muitas vezes, de enganação. A sorte está lançada. Que ganhem os melhores. Se impossível for, os menos ruins. E aqui ficamos contentes. Voto contado e maioria numérica. Boa ou ruim, é a nossa democracia!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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