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Augusto (do EU) na APL

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publicado em 02/09/2013 às 10h41

 Filosoficamente e também (por que não?) psicologicamente, o início da noite da sexta-feira 30 de agosto recente (entre 18 e 20 horas) foi mesmo de e para encher o espírito. Correspondeu àqueles momentos em que todos ficamos embevecidos por tudo quanto assistimos!

Aconteceu na Academia Paraibana de Letras (APL) que realizou uma sessão especial não só para o lançamento do livro “EU e outras poesias”, de Augusto dos Anjos (em uma edição comemorativa dos 100 anos do EU), mas, também, para brindar e embevecer os que compareceram àquela sessão com os pronunciamentos de um Gonzaga Rodrigues (nosso cronista-mor) e da professora Socorro Aragão, além, claro, das palavras tanto introdutórias quanto as de encerramento feitas pelo presidente da instituição, professor Damião Ramos.

Entretanto, a APL igualmente programou, para essa mesma noite, a apresentação de um monólogo tão participativo – para não só o dizer extraordinário – interpretado pela atriz paraibana Zezita Matos, que não sabemos se o chamamos de “Brevidades” ou de “Cemitério dos vivos”. Fato é que foi mesmo tão bonito que pareceu breve, deixando aos presentes aquele “gostinho de quero mais”.

Mas, Augusto dos Anjos foi, como se percebe, o grande homenageado da noite. E o foi não só pela força de suas poesias, mas, de mesmo modo, pela indignação manifestada por Gonzaga Rodrigues (indignação própria de Augusto) para com a pouca consideração que paraibanamente teimamos em manter relativamente à maior riqueza que a Paraíba tem: seus heróis da intelectualidade como foram Augusto dos Anjos, José Américo, Epitácio Pessoa, Pedro Américo… – repita-se: destacados por Gonzaga. E, para mais uma vez nos sentirmos constrangidos, Gonzaga lembrou que o meio-busto de Augusto dos Anjos continua escondido entre paradas de ônibus e posto de polícia do Parque Solon de Lucena!…

Sobre Augusto dos Anjos, lembrado pela professora Ângela Bezerra de Castro na apresentação desta edição de “EU e outras poesias”, escrevera o escritor José Oiticica: “O que mais o amargurava era a injustiça social em premiar os ruins, dourar as falcatruas, iludir os honestos, os retos de entendimento e de coração”.

Essa conceituação está bem explícita no poema “Insônia”, no qual, em um dos trechos, enfatiza Augusto dos Anjos: Que voz é esta que a gemer concentro/ No meu ouvido e que do meu ouvido/ Como um bemol e como um sostenido/ Rola impetuosa por meu peito a dentro?!”.

Sexta-feira 30 de agosto de 2013 foi, sem dúvida, uma data especial na Academia Paraibana de Letras, presente(ando) Augusto dos Anjos!

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