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A prudência do Papa Francisco

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publicado em 09/10/2019 às 11h49

O jornal Correio da Paraíba, edição da terça feira (dia 8),em sua página A8, iniciou-a com a manchete “Papa pede respeito aos índios”. E, de minha parte, obviamente após ter lido toda essa reportagem sobre a primeira sessão de trabalho dos bispos que participam do Sínodo sobre a Amazônia – e como quea resumi-la -, titulei estes meus escritos como “A prudência do Papa Francisco”, para a essemesmo assunto agora me referir. E admitir que, de pronto, alguém possa ponderar que eu esteja apontando o óbvio, porquanto inadmissível seria um Papa imprudente.

Mas, permitam-me lembrar que a sociedade inteira tem convivido, de vez em quando, com várias “autoridades”, inclusive eclesiásticas, com muito pouca ou quase nenhuma prudência. Daí, esta exaltação à prudência do Papa Francisco diante da questão amazônica, sobretudo ao aconselhar que se deve aproximar dos povos da Amazônia “na ponta do pé”. Dissemais: “Controlemo-nos nos impulsos de domesticar os povos originais; as ideologias são uma arma perigosa”. E admitiu que “muitos na Igreja tiveram uma atitude depreciativa em relação aos povos nativos e suas culturas”.

Recentemente – e ainda continua -muito se tem tratado sobre a postura do governo brasileiro quanto à questão amazônica. Esse assunto exige muita prudência, especialmentepor parte de todos os brasileiros, que, nessa condição de brasileiros mesmo, devem mais se unirem com vistas ao aspecto “soberania”, tendo em vista que realmente são muitas as “ongs”, internacionais, que atuam na região amazônica.

Lembro-me de que nos anos 60 e até 1979o Brasil desenvolveu extraordinárias ações utilizando o voluntariado de universitários, isto através de uma Fundação denominada Projeto Rondon, que fez chegar exatamente na Amazônia os primeiros “campi avançados” de nossas Universidades. Seu lema, o lema do Projeto Rondon, que levava, por exemplo, em períodos de férias escolares, universitários da Paraíba para atuarem em Mato Grosso, enquanto estudantes do sul vinham atuar na Paraíba, era: “Integrar para não entregar”. Em relação à região amazônica, muitos estudantes, de diversos estados, lá atuavam para conhecimento da respectiva realidade, apoio às suas comunidades e, claro, no objetivo de “integrar para não entregar”.

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