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"Temeridade"

Presidente dos CFC comenta PL que altera CNH

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publicado em 08/06/2019 às 11h47
atualizado em 08/06/2019 às 14h46

O projeto de lei elaborado pelo presidente Jair Bolsonaro tem gerado várias polêmicas. O presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores da Paraíba (Sindecfc-PB), Claudionor Fernandes, afirmou que o trânsito no Brasil é renegado ao quarto plano e que o brasileiro não tem a cultura de respeitar as sinalizações de trânsito.

Fernandes é contrário a essas medidas e fez ponderações sobre o tema. “Eu acho que o governo deveria ter pensado e ter ouvido as pessoas que conhecem o procedimento, e (também) os especialistas, para tomar uma medida dessas,” disse, considerando as mudanças uma “temeridade”.

Ele avalia que alterar a validade da Carteira Nacional de Habilitação para dez anos “é um risco muito grande”, afirmou ao Portal MaisPB.

Na última terça-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro entregou na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei (PL) que altera a validade da Carteira Nacional de Trânsito (CNH). Entre algumas medidas, o PL prevê o aumento da validade do documento de cinco para dez anos para pessoas até 65 anos de idade, e de dois anos e meio para cinco anos para condutores com 66 anos ou mais, além de aumentar de 20 para 40 os pontos necessários para que um motorista tivesse sua CNH suspensa dentro de um ano.

Trânsito renegado

Ao afirmar que o trânsito no Brasil é renegado a quatro plano, Claudionor Fernandes deu como exemplo o fato de o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) não ter autonomia e sustentou que deveria ser, no mínimo, uma Secretaria.

Fernandes criticou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, por, junto com o governo federal, estar se baseando nas leis de trânsito dos Estados Unidos. Ele reforça que Brasil é o quinto país no mundo em acidentes de trânsito, e deveria se basear na lei do Japão, que tinha um número de acidentes semelhante ao brasileiro, e através de leis mais rigorosas, conseguiu reduzir esses índices.

“O Japão reduziu o número de acidentes porque tirou o bêbado das estradas e das vias, padronizou os centros de formação de condutores em todo o país e criou leis rigorosas para que se respeitasse a sinalização”, exemplificou.

Ele acredita que se o Brasil passasse a ter um maior rigor na aplicação e fiscalização das leis de trânsito, a situação podia ser outra. Contudo, ele reconhece que o problema também é cultural, e que os brasileiros não têm o costume de respeitar as sinalizações.

Confira:

Bruno Marinho e Albemar Santos – MaisPB

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