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A superação das mães de bebês prematuros

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publicado em 12/05/2019 às 08h00
atualizado em 12/05/2019 às 13h33

(Foto: Caroline Queiroz/MaisPB)

Aos 18 anos, Milena Silva foi mãe pela primeira vez. Com placenta baixa e pressão alta, a jovem precisou ser levada às pressas para a Maternidade Cândida Vargas para ter sua bebê, que precisou nascer de 36 semanas, o equivalente a 8 meses.

Há um mês internada, Milena e a filha comemoram ter saído da Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e neste domingo (12) passam o dia das mães, o primeiro delas, juntas no modelo de assistência ao recém-nascido prematuro ‘Método Canguru’.

Lá, elas podem passar o dia juntas, o que não era permitido na UCI. A cama da mãe fica ao lado do berço e de vez em quando, ela levanta e embala a recém-nascida em seus braços. Esse é o contato mais próximo entre as duas, já que a amamentação ainda acontece por meio de uma sonda nasogástrica.

O leite materno, retirado por uma bomba, é levado direto para o estômago.  Silenciosa, a mãe comemora o resultado com o passar dos dias. Ela conta que a bebê nasceu com 750 gramas e agora já tem 1.080 kg.

Logo em frente ao leito de Milena, Kariolani Maria aguarda o crescimento do bebê para finalmente ter alta.

(Foto: Caroline Queiroz/MaisPB)

Por conta da infecção urinária da mãe, o bebê nasceu de forma prematura e também aos oito meses. Agora, o contato pele a pele ajuda a fortalecer Heitor Guilherme e também sua mãe. Kariolani foi abandonada pelo pai do bebê, que quando soube da gestação foi embora para o Rio de Janeiro. Aos 18 anos, ela conhece a maternidade como muitas mulheres.

“Ele nos deixou”, conta Kariolani, que vive com a mãe, o irmão e agora também o filho. Ela lembra que foi um romance rápido e o homem não mantém mais nenhum contato com ela, não sabe do nascimento de Heitor, nem seu estado de saúde.

Apesar das dificuldades, ela já aproveita os dias com o bebê. “Está sendo ótimo, já estou aprendendo a ser mãe”, conta.

(Foto: Caroline Queiroz/MaisPB)

Quem vê o sorriso de Daniele nem imagina que já é a segunda vez que ela passa por transtornos após a gestação. Há nove anos, quando teve seu primeiro filho, ela também passou por uma gravidez de risco e precisou ficar três meses internada após o nascimento do bebê.

Dessa vez, ela já sabia que as coisas não seriam tão simples. “Eu sempre falava que não iria chegar aos 9 meses {de gestação}. A pessoa sente, né?”, afirmou.  A bebê nasceu ao completar o sétimo mês por problemas de saúde da mãe e até alcançar os parâmetros necessários, continuará internada.  Até lá, Daniele segue aproveitando a oportunidade de cuidar da filha em seus primeiros dias, coisa que não conseguiu com o primeiro filho.

A alegria é tanta que ela não se importa de passar o dia das Mães internada e a 300 km longe de casa, sem receber visitas, sem ver o filho, sem participar do casamento da irmã, que aconteceu neste sábado (11), sem ver o marido que está em São Paulo e só voltará no próximo mês para a Paraíba.

“Meu dia das mães vai ser maravilhoso, só por estar pertinho dela assim, é o mesmo que estar em casa. Ela foi meu presente, saiu da incubadora no dia que eu completei 27 anos, presentão da mãe”, se emocionou.

As três mães entrevistadas pelo Portal MaisPB vivenciam o Método Canguru. Nesse modelo, elas ficam instaladas com o bebê prematuro. O contato auxilia o desenvolvimento do bebê e ajuda na redução das taxas da mortalidade infantil.

MaisPB

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