João Pessoa, 06 de julho de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Integrantes do governo interino egípcio informaram neste sábado que o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Mohamed el-Baradei foi nomeado para o cargo de primeiro-ministro do país. Ele é o principal representante das forças políticas liberais, que faziam oposição ao presidente deposto Mohamed Mursi.
Baradei participou desde o início das negociações com os militares que, após serem boicotadas pelo então presidente, levaram ao golpe que terminou com Mursi deposto. O presidente interino, Adly Mansur, já o chamou para o palácio presidencial para uma reunião que deverá oficializar seu nome.
A informação sobre a escolha do cargo foi informada às agências de notícias Mena e Reuters por fontes do gabinete interino. Em entrevista à Associated Press, o membro da Frente de Salvação Nacional, Khaled Dawoud, também confirmou a informação.
A decisão é anunciada horas depois de o Nobel da Paz participara de uma reunião com Mansur no palácio presidencial. Também se encontraram com o presidente outros líderes políticos –o islâmico moderado Abdel Monein Abul Futuh, o líder do partido salafista Al Nur, Galal Morra, e três membros do movimento Tamarrod.
A Irmandade Muçulmana, do deposto Mursi, boicotou a reunião. Em seguida, o presidente interino esteve com o chefe do Estado-Maior, Abdel Fattah al-Sisi, e o ministro do Interior, Mohamed Ibrahim. A posse deverá acontecer nas próximas horas.
Mohamed el-Baradei é negociador nuclear da ONU desde a década de 1990 e foi diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ele foi premiado com o Prêmio Nobel da Paz em 2005, por sua atuação para a não proliferação da tecnologia nuclear.
Na política egípcia, apoiou a revolta que deu fim à ditadura de Hosni Mubarak (1982-2011) e pediu pela saída da junta militar que governou o Egito no período de transição. Ele apoiou o processo eleitoral do presidente Mohamed Mursi, mas ficou contrário a seu governo.
A oposição aumentou após o mandatário deposto aumentar seus poderes e a interferência no Poder Judiciário, em novembro. Desde então, passou a apoiar o boicote de algumas iniciativas de diálogo propostas pelo governo, como a Assembleia Constituinte e os vários pedidos de negociação com Mursi.
Folha
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