João Pessoa, 28 de agosto de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Demorou duas semanas para Cristina Kirchner dar uma cartada eleitoral que possa reverter no pleito do dia 27 de outubro a perda de votos que seu partido teve nas primárias para o Legislativo no dia 11.
Na noite desta terça, a presidente anunciou que a partir de 1º de setembro não cobrará mais o Imposto de Renda dos trabalhadores e aposentados que ganham até 15 mil pesos bruto por mês.
A medida atinge 1,5 milhão de pessoas e 89,8% dos funcionários com vínculo empregatício.
"Mais uma vez a presidente usa o aparato do Estado com intenção puramente eleitoral. Se [seu partido] tivesse ido bem nas primárias, não fariam esse anúncio", diz o analista político Patricio Giusto, da consultoria argentina Diretório Político
O anúncio foi feito na Casa Rosada, durante a segunda reunião de Cristina com alguns empresários e sindicalistas do país. Na semana passada, a mandatária havia se reunido com eles em Río Gallegos.
A presidente disse que esse esforço fiscal "será compensado com a taxação sobre os negócios com ações e dividendos fora da Bolsa de Valores".
A cartada de Cristina não deverá garantir uma migração de votos em outubro para a coliogação kirchnerista Frente para a Vitória, segundo o analista Giusto. "Os eleitores antigoverno têm motivos mais profundos [para não votar] do que os impostos", diz ele. "E essa medida é o remendo de uma distorção grande por anos de inflação acumulada."
A oposição não demorou a criticar a ação da presidente. "O decreto é uma medida paliativa para amenizar o balde de água fria que o governo levou nas Paso [primárias]", disse o deputado da UCR Miguel Giubergia.
A deputada Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, ironizou: "Fico contente que a presidente tenha adotado a agenda da oposição".
Folha.com
ZONA AZUL - 22/09/2025