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O Ministério Público do Trabalho da Paraíba (MPT-PB) tem investigado e acompanhado 41 casos de trabalho escravo. Em todo o país, o órgão apura cerca de 1,7 mil procedimentos do mesmo teor.
Os casos conduzidos na Paraíba se referem a situações que ocorreram no estado, mas também há ocorrências de paraibanos que viveram em situação classificada como ‘trabalho escravo’ em outros estados.
Entre os casos investigados e acompanhados pelo MPT no estado, está o de uma rede internacional de aliciamento e tráfico de jovens para a Europa, para trabalho degradante e análogo à escravidão, que incluía exploração sexual de adolescentes.
Ainda segundo o órgão, os municípios paraibanos de onde mais saem trabalhadores que são explorados como mão de obra escrava em outros estados são Patos, Pombal, Araruna, Picuí, Manaíra, Boa Vista, Serra Branca, Juripiranga e Cuité.
Dados divulgados pelo órgão mostram operações que ocorreram na Paraíba. Segundo o MPT, foram três operações, 52 resgates, 843 trabalhadores resgatados entre 2003 e 2018 sendo 15 adolescentes, 480 trabalhadores egressos nascidos na Paraíba e 362 trabalhadores que declararam residir na Paraíba.
“Apesar do cenário atual desfavorável, o MPT, quanto ao combate a este flagelo, contará com a PRF, PF e a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, parceiros históricos nessa luta”, concluiu Eduardo Varandas, que foi um dos responsáveis pela criação da Coordenadoria Nacional contra o Trabalho Escravo no MPT.
Na próxima segunda-feira (28), acontece o alerta nacional sobre o Combate de Trabalho Escravo. O procurador do Trabalho Eduardo Varandas alertou sobre a redução das operações de fiscalização e resgate de trabalhadores.
“Com a extinção do Ministério do Trabalho e não realização de concurso para auditor fiscal do trabalho, o sistema de repressão ao trabalho escravo está vulnerável e enfraquecido. Temo que a tendência futura seja o aumento desumano da exploração do trabalhador”, destacou Varandas, coordenador regional na Paraíba da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete/MPT).
Para marcar a data, o Ministério Público do Trabalho lança uma campanha nacional nas suas redes sociais, para alertar a população sobre a escravidão contemporânea e estimular a sociedade a denunciar.
Um vídeo será postado nas redes sociais do MPT para chamar a atenção para as formas de aliciamento para o trabalho escravo. Com duração de um minuto, o material tem o objetivo de mostrar como trabalhadores são iludidos com falsas promessas de boa remuneração, qualidade de vida e segurança no trabalho.
Os “gatos”, como são conhecidos os aliciadores, são os empreiteiros que percorrem os estados à procura de trabalhadores com pouca renda e que sonham em mudar de vida. Eles se aproveitam da vulnerabilidade dessas pessoas para convencê-las a aceitarem suas falsas promissoras propostas de empregos. O triste cenário encontrado por esses trabalhadores depois é de exploração, miséria, abuso e violência.
Cards
Os cards trazem uma reflexão sobre a exploração e as condições degradantes em que se encontram muitos trabalhadores em várias localidades pelo Brasil afora, inclusive na área rural. O objetivo é mostrar à sociedade a escravidão contemporânea e alertar que muitos casos violam a dignidade humana e impactam na economia.
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