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A cada uma hora e meia, uma mulher morre vítima de violência masculina

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publicado em 25/09/2013 ás 11h08

Quase 17 mil mulheres foram mortas vítimas de agressões, entre 2009 e 2011, por causa de conflitos de gênero, ou seja, apenas por ser do sexo feminino, segundo o estudo Violência Contra a mulher: Feminicídios no Brasil, divulgado nesta quarta-feira (25) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

O número representa uma média de 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia ou ainda um óbito a cada hora e meia. O feminicídio ou femicídio é a morte de mulher em decorrência de conflitos de gênero, ou seja, pelo fato de ser mulher.

A região Nordeste lidera o ranking com a maior taxa de feminicídios do País entre 2009 e 2011, com 6,9 mortes violentas a cada 100 mil mulheres. O segundo lugar pertence ao Centro-Oeste, onde houve 6,86 casos para cada 100 mil mulheres. Depois, vem a região Norte, com 6,42. O Sudeste e o Sul têm as melhores taxas, com 5,14 e 5,08, respectivamente.

Este tipo de crime é, geralmente, cometido por homens, principalmente parceiros ou ex-parceiros. Decorrem, geralmente, de situações de abusos no domicílio, ameaças ou intimidação, violência sexual ou situações nas quais a mulher tem menos poder ou menos recursos do que o homem.

Os parceiros íntimos são os principais assassinos de mulheres. Aproximadamente 40% de todos os homicídios de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo. Em contraste, essa proporção é próxima a 6% entre os homens assassinados. Ou seja, a proporção de mulheres assassinadas por parceiro é 6,6 vezes maior do que a proporção de homens assassinados por parceira.

O estudo indica ainda que metade dos feminicídios foi cometida com o uso de armas de fogo e 34%, de instrumento perfurante, cortante ou contundente. Os enforcamentos ou sufocações responderam por 6% do total. Os maus-tratos – incluindo agressão por meio de força corporal, força física, violência sexual, negligência, abandono e outras síndromes de maus-tratos (abuso sexual, crueldade mental e tortura) – foram registrados em 3% dos óbitos.

Idade e raça – As mulheres jovens foram as maiores vítimas dos homens nas mortes violentas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Mais da metade dos óbitos (54%) foi de mulheres de 20 a 39 anos.

No Brasil, 61% dos óbitos foram de mulheres negras, que foram as principais vítimas em todas as regiões, à exceção da Sul. Merece destaque a elevada proporção de óbitos de mulheres negras nas regiões Nordeste (87%), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%).

Local do crime – Ainda conforme os dados do Ipea, 29% dos feminicídios ocorreram no domicílio, 31%, em via pública e 25%, em hospital ou outro estabelecimento de saúde. Um terço (36%) ocorreu aos finais de semana, sendo que os domingos concentraram 19% das mortes.

R7

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