João Pessoa, 15 de agosto de 2018 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O saldo entre aberturas e fechamentos de estabelecimentos comerciais com vínculo empregatício voltou a crescer entre janeiro e junho deste ano, com um incremento de 2.252 pontos de venda. A informação foi divulgada hoje (15) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que prevê a abertura de 5,2 mil novas lojas até o final do ano.
O número de lojas abertas ainda pequeno, no primeiro semestre do ano, na avaliação da entidade, se deve a incertezas do cenário político, que a instituição considera “um dos principais inibidores de investimentos”.
Para a confederação, mesmo no segundo semestre consecutivo de aumento e com o maior saldo semestral desde a segunda metade de 2013, quando foram abertas 16,7 mil lojas, “o tímido avanço expôs a perda de fôlego da economia e as incertezas quanto à materialização de investimentos por parte do setor”.
A previsão inicial da entidade era de que o setor abrissem este ano 20,7 mil pontos de venda no varejo do país, mas a previsão foi reduzida devido ao atual cenário de lenta recuperação econômica e de cautela nos investimentos.
Para a CNC, as paralisações do terceiro bimestre, a desvalorização do real, as pressões de custos impostas pelo ritmo mais acelerado de preços também contribuíram para o fraco desempenho do mercado de trabalho.
“Apesar do saldo positivo de lojas ao longo dos últimos seis meses, o ritmo de expansão do número de pontos de venda pode ser considerado tão frustrante quanto a percepção de desaceleração no ritmo de atividade econômica”, disse o chefe da Divisão Econômica da Confederação, Fabio Bentes
Do total de 2.252 estabelecimentos abertos de janeiro a junho, os principais destaques são os segmentos de hiper e supermercados, que abriram 1.378 novas unidades, seguidos por lojas de artigos de uso pessoal e doméstico, com mais 841 e pelo ramo de vestuário, com mais 782. A abertura de lojas ocorreu em 6 dos 10 segmentos do varejo. Por outro lado, estabelecimentos especializados em venda de materiais de construção foram os que mais fecharam as portas no semestre (-915).
A CNC também reduziu as projeções do percentual de crescimento do volume de vendas do setor de 4,7% para 4,5%.
Regionalmente, os novos pontos de venda foram abertos em 11 das 27 unidades federativas, com destaque para os estados de São Paulo, com mais 2.468 estabelecimentos, Santa Catarina, com mais 852 e Minas Gerais, com mais 340.
O Rio de Janeiro, que vem enfrentando uma das maiores crises financeiras do estado, o número fechou o semestre negativo, com o fechamento de 1.038 estabelecimentos, o equivalente a 45% dos fechamentos entre os que registraram saldos negativos.
A crise no varejo brasileiro teve início em 2014, quando as vendas encolheram 1,7%, o primeiro resultado negativo em onze anos, na comparação com o ano imediatamente anterior, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos dois anos seguintes, o quadro se agravou, com o comércio apurando perdas reais de faturamento de 8,6% e 8,7% em 2015 e 2016, respectivamente, o que levou o setor a acumular retração de 20% nos volumes de venda nestes três anos.
O saldo entre aberturas e fechamentos de estabelecimentos acompanhou, com alguma defasagem, a retração nas vendas, especialmente nos anos de 2015 e 2016 e no primeiro semestre do ano passado, quando o setor acumulou a perda de 226,7 mil pontos de venda em todo o país.
Agência Brasil
INCENTIVO AO EMPREENDEDOR - 02/05/2024