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JAPÃO

Vítimas de esterilização forçada processam governo

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publicado em 17/05/2018 às 09h56

Três pessoas que foram esterilizadas à força com base em uma lei de eugenia decidiram processar o governo do Japão por considerar que suas vidas foram arruinadas pela operação. As ações integram um movimento que exige uma indenização do Estado às vítimas, além de um pedido de perdão.

As novas ações na justiça foram anunciadas depois que um primeiro caso foi apresentado este ano.

“Espero que outras vítimas, que sofreram durante décadas como eu, levantem suas vozes e se unam ao nosso movimento de busca de justiça”, afirmou um homem de 75 anos, que entrou com o processo em Tóquio.

“Quero que o governo admita a verdade e quero recuperar minha vida”, completou o demandante, que usou o pseudônimo Saburo Kita.

Ele foi esterilizado quando era adolescente. Anos depois se casou, mas não contou nada à esposa. Ele só revelou a verdade quando a companheira estava no leito de morte em 2013.

Kita pede uma indenização de 30 milhões de ienes (US$ 273 mil), informou o advogado Naoto Sekiya.

De forma simultânea, outras duas pessoas apresentaram demandas em outras regiões do país.

“O Parlamento falhou ao não adotar as medidas necessárias para abolir as leis que possibilitaram as esterilizações forçadas”, declarou Sekiya aos jornalistas. “E o governo também falhou ao aplicar dispositivos que violavam claramente a Constituição, inclusive naquela época”, completou.

Leis de eugenia

O ministério japonês da Saúde admitiu que quase 16.500 pessoas foram esterilizadas à força, com base em leis de eugenia que permaneceram em vigor entre 1948 e 1996.

A lei permitia que os médicos esterilizassem pessoas com deficiências intelectuais transmitidas geneticamente.

Outras 8.500 pessoas foram esterilizadas com seu consentimento, de acordo com as autoridades, mas os advogados afirmam que inclusive estes casos foram “de fato” provocados por pressões sobre as vítimas ou suas famílias.

G1

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