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JULGAMENTO

Oscar Pistorius diz que atirou para proteger a namorada

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publicado em 07/04/2014 às 10h47

 Acusado do assassinato da modelo Reeva Steenkamp, ocorrido em 14 de fevereiro de 2013, Oscar Pistorius finalmente falou ao júri em Pretória, na África do Sul, mais de um mês depois do início das audiências. O astro paralímpico, que alega que o tiro que matou a namorada foi acidental, fez questão de mostrar arrependimento falando com a família da vítima.
"Não teve um momento desde que ocorreu a tragédia que eu não pensei na família dela. Quando acordo todo os dois, vocês são os primeiros em que penso, os primeiros em quem ponho minhas orações", disse Pistorius, na retomada do julgamento que começou em 3 de março, foi paralisado no último dia 28 e retomou nesta segunda.
O astro paralímpico disse que toma medicamentos antidepressivos e que em muitas vezes acorda aterrorizado pelo trauma de ter disparado contra sua namorada. Ele reafirmou, agora diante do júri, que atirou contra Reeva porque a confundiu com um intruso que estaria invadindo sua casa: "Simplesmente estava tentando protegê-la".
Nas primeiras três semanas e meia de julgamento a promotoria apresentou suas testemunhas. A partir de agora é a defesa que faz a oitiva e apresenta seus argumentos. A expectativa é que o tribunal siga até 30 de maio.
Antes de Pistorius falar, nesta segunda, foi ouvido o especialista Jan Botha, que afirmou que os dois tiros disparados contra Reeva foram sequenciais. Assim, a defesa tenta reverter a posição da promotoria, que também usou um especialista para garantir que houve um tempo entre os dois disparos. Isso é usado pela acusação para sustentar que Reeva chegou a gritar entre o primeiro e o segundo tiro. E que, portanto, Pistorius sabia que havia sido ela a ser atingida.
O atleta alega que atirou na sua namorada por engano, pois considerava se tratar de um intruso que havia invadido a sua residência, tendo disparado tiros que atravessaram a porta da suíte do casal e mataram sua namorada.
Se for considerado culpado, Pistorius poderá até mesmo ser condenado à prisão perpétua, com direito a solicitar liberdade condicional após cumprir 25 anos de pena na cadeia. Antes de matar a namorada, o sul-africano era um atleta mundialmente admirado, cuja carreira atingiu o ápice em 2012, quando ele participou dos Jogos de Londres, se tornando o primeiro competidor paralímpico a disputar uma edição da Olimpíada. Além disso, o velocista biamputado, que corre com auxílio de próteses nas pernas, possui oito medalhas paralímpicas, sendo seis delas de ouro.

Estadão

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