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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Bandeira, uma entrevista e muitos recados

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publicado em 22/03/2016 às 11h33
atualizado em 23/03/2016 às 05h53
nonatobandeiraestrategica

No difícil jogo das alianças de 2016, Nonato Bandeira posiciona o PPS no meio do campo

Nonato Bandeira é daquelas figuras políticas difíceis de decifrar, pelo menos a julgar pelo texto que verbaliza em público. Para entendê-lo e traduzir os seus sinais, é preciso atentar para o contexto, anotar as sutis ‘deixas’ e ter acesso aos movimentos de bastidores.

Na entrevista que me concedeu ontem no Frente a Frente, da TV Arapuan, Nonato se revelou absolutamente antenado com a cena nacional e produzindo um discurso pouco comum aos quadros com seu perfil histórico ligado às chamadas esquerdas.

Enquanto estes tratam o iminente afastamento da presidente Dilma de “golpe”, para Bandeira o governo é quem se perdeu pelo caminho e construiu a sua própria derrocada, diante da incapacidade de sair da crise e equivocadamente se agarrar a uma estratégia que, ao invés de recuperar, só isola o PT.

No terreno estadual, ele deixou algumas pistas do que anda pensando nos últimos dias, mas em nenhum momento diz uma só palavra que lhe comprometa com a reeleição do prefeito Luciano Cartaxo ou que inviabilize qualquer tipo de renovação da aliança.

Sobre o distanciamento com Cartaxo, usou uma parábola do futebol, esporte que acompanha com fanatismo. O prefeito é o técnico e ele quem teve durante todo esse tempo a prerrogativa de escalar seu time. Uma forma elegante de dizer que nesse selecionado seu lugar foi o banco de reserva.

Na análise do governo, elenca pontos do programa que não foram cumpridos, mas cita também as sugestões do PPS, ainda na campanha de 2012, que foram concretizadas na gestão de Cartaxo. Quanto à possibilidade de convivência com Ricardo e o PSB, com quem divergiu, prefere dizer que faz política “olhando pra frente”.

Deixou o apoio do PPS no meio do campo. Vai jogar na equipe que melhor posicione o partido. Inclina-se por João Azevedo, mas também só fecha questão quando souber exatamente qual camisa está reservada ao PPS – da coligação proporcional aos espaços futuros. Ao tempo em que dá o mesmo recado a Cartaxo, a quem cabe desequilibrar o jogo, ou não.

Na política e no futebol, isso chama-se estratégia.

Ponto de…
Conhecido restaurante do 13 de Maio, tradicional pela sua galinha de capoeira, protagonizou uma segunda-feira movimentada, ontem.

…Encontro
Numa mesa no canto, o secretário Marcos Vinicius (PSDB), articulador do time titular de Luciano Cartaxo, almoçava com assessores.

Sabor…
Do outro lado, noutra mesa, João Azevedo, secretário e pré-candidato a prefeito pelo PSB, com o secretário Waldson Souza.

…Eleitoral
Nas duas mesas distintas e ‘adversárias’, o cardápio de degustação dos comensais era um só: a decisiva eleição de 2016 em João Pessoa.

maranhaocasaPreparando o coração
Antes de enfrentar o caldeirão do impeachment, que deve desembarcar no Senado, o senador José Maranhão (PMDB-foto) se submeteu a bateria de exames de prevenção em São Paulo. Quer chegar zerado e com saúde nos debates. Maranhão já deu todas as senhas. É favorável ao afastamento de Dilma.

BRASAS
*Arrumação – Luciano Cartaxo se debruça sobre as mudanças na sua equipe. E serão muitas, associadas aos apoios costurados.

*Definido – Cartaxo já tem no colete o nome do sucessor de Marcos Vinicius na Comunicação.

*Em tempo – O deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) volta ás atividades no meio do furacão Dilma. Se tivesse programado, não tinha dado tão certo.

*Estatísticas – O deputado Veneziano Vital (PMDB) gostou dos números de duas pesquisas que chegaram às suas mãos nos últimos dias.

*Observando – Wilson Santiago, presidente estadual do PTB, experiente e bom jogador, analisa o cenário com frieza e calma.

FALA CANDINHA!
A nova vice
Dona Candinha, metida a analista política, achou que Michel Temer foi o principal prejudicado com a chegada de Lula na Casa Civil. “O homem que já não tinha prestígio, perdeu até a vaga de vice… Pra Dilma”.

PONTO DE INTERROGAÇÃO
Por que será que Ricardo não faz o menor esforço para ter o PT na coligação de João Azevedo?

barbosaPINGO QUENTE
“Estou driblando entrevistas”. Do deputado Ricardo Barbosa (PSB-foto), que, por recomendação médica, faz jejum verbal na Semana Santa.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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