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Colegas de cooperativa foram obrigados a assistir à execução de motoristas no Chapadão

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publicado em 05/02/2016 às 15h07

Na tarde desta quinta-feira, testemunhas da execução de dois motoristas no Complexo do Chapadão, na Zona Norte, contaram à Divisão de Homicídios que sete motoristas e o dono da cooperativa de táxi executivo onde as vítimas trabalhavam tiveram que assistir à morte dos dois colegas. No meio dos cerca de 60 disparos, o proprietário da empresa, que é agente do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), correu e fugiu por uma ribanceira. Já os outros sete ficaram no local e começaram a rezar. De acordo com os depoimentos, os bandidos, então, decidiram liberá-los. “Não era para tudo isso ter acontecido”, teria dito um dos traficantes, segundo uma testemunha.

Nesta quinta-feira, agentes da DH cumpriram mandado de prisão contra Paulo Henrique Luiz Santos, de 25 anos, por envolvimento na morte do cabo do Exército Jorge Fernando Souza, de 24 anos, e do ex-militar Cleiton Felipe Massena, de 22. A dupla teria sido acusada pelos bandidos de repassar informações do tráfico para a polícia. Os corpos dos dois ainda não foram encontrados pela polícia. Eles estão desaparecidos desde a madrugada da última segunda-feira. A DH já identificou outros suspeitos de envolvimento com a execução.

Paulo Henrique Luiz Santos tinha mandado de prisão pendente
Paulo Henrique Luiz Santos tinha mandado de prisão pendente Foto: Reprodução

Paulo Henrique deu entrada no Hospital municipal Salgado Filho na noite da última terça-feira, atingido por tiros no braço e no abdômen. Quando chegou ao local, ele afirmou que foi vítima de um roubo a bicicleta. No entanto, testemunhas, na DH, o reconheceram como um dos participantes do homicídio dos motoristas. Segundo o depoimento de uma das testemunhas, foi Paulo Henrique quem atirou primeiro contra as vítimas. A Justiça expediu mandado de prisão contra o suspeito na madrugada desta quinta-feira.

De acordo com depoimentos de testemunhas, no domingo passado, um bandido solicitou uma corrida para a Praia de Grumari, na Zona Oeste. No entanto, o motorista recusou a corrida, o que gerou desconfiança por parte dos traficantes, que, horas depois, marcaram uma reunião com os motoristas na localidade conhecida como Final Feliz.

Cleiton começou a trabalhar na cooperativa após dar baixa no Exército
Cleiton começou a trabalhar na cooperativa após dar baixa no Exército Foto: Álbum de família

No encontro, todos foram obrigados a entregar os respectivos celulares. Na mensagem que motivou os homicídios, o cabo afirma que estava na favela e avisa que “caso aconteça alguma coisa, você sabe onde eu estou”. O parente de Cleiton que recebeu a mensagem respondeu perguntando ao cabo se ele queria que a polícia fosse chamada, o que alertou os bandidos.

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