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Eduardo Cunha diz que combaterá novo partido ‘de todas as formas’

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publicado em 26/03/2015 às 06h58
atualizado em 26/03/2015 às 06h14

Afirmando que o Planalto patrocina nos bastidores uma ação para minar o PMDB, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nessa quarta-feira (25) que combaterá na Justiça e na política, “de todas as formas”, a tentativa do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), de recriar o Partido Liberal.

O ressurgimento da legenda é o novo foco de atrito entre o PMDB e o Palácio do Planalto. Cunha e caciques peemedebistas dizem que Kassab patrocina uma operação para tirar parlamentares do partido.

“Com certeza absoluta isso é um projeto de enfraquecimento do PMDB. Vamos combater de todas as formas, na Justiça, na política, de todas as maneiras”, afirmou Cunha.

Segundo o presidente da Câmara, o Congresso vai trabalhar também “com todas as forças” para derrubar vetos da presidente Dilma Rousseff, divulgados nesta quarta, ao projeto aprovado para dificultar a criação de partidos.

“Não deveria ter tido nenhum veto. Estranho, vamos trabalhar com toda a força para derrubar esse veto, isso mostra mais uma vez que o governo está empenhado na criação desse partido”, acrescentou o peemedebista.

Embora negue publicamente relação com o PL, Kassab é o principal articulador da nova sigla. Sua intenção é, em um segundo momento, fundi-lo com o seu PSD, formando uma sigla governista de porte para rivalizar com o PMDB.

Diante desse cenário, o partido do vice-presidente Michel Temer se aliou à oposição e aprovou no início de março projeto para dificultar a criação de partidos e barrar as pretensões de Kassab.

Só que Dilma usou o prazo máximo para sancionar a nova lei (15 dias úteis), com alguns vetos, permitindo aos aliados de Kassab protocolar na segunda-feira (23), no Tribunal Superior Eleitoral, pedido de registro da nova agremiação.

A interpretação dos aliados do ex-prefeito de São Paulo é de que, como na segunda a lei não havia ainda sido sancionada, o PL estará livre das novas amarras.

O PMDB e o oposicionista DEM irão à Justiça questionar essa interpretação, entre outros pontos.

“Vamos questionar ponto a ponto, não podemos discutir no Brasil uma reforma política com seriedade e deixar que partidos sejam feitos dessa maneira. Houve uma estrutura de governo que deixou para o último dia a sanção, programada, e o Kassab se aproveitou e protocolou [o pedido de registro do PL] na véspera”, afirmou Cunha. “Tem uma manancial de briga jurídica pela frente”.

Embora reconheça que os que buscam a recriação do PL são aliados, Kassab voltou a negar nesta quarta relação com o processo ou com eventual tentativa de enfraquecimento do PMDB. “Nós não temos nenhuma relação, direta ou indireta. (…) O PSD e o PMDB são partidos parceiros”.

IG

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