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Gêmeo siamês separado segue respirando com a ajuda de aparelhos

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publicado em 09/03/2015 às 11h15

O gêmeo siamês que sobreviveu à cirurgia de separação, Heitor Ledo Rocha Brandão, de 5 anos, segue internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia. Apesar de não ter febre, ele segue respirando com a ajuda de aparelhos, conforme boletim médico divulgado na manhã desta segunda-feira (9).

De acordo com a unidade de saúde, o quadro de Heitor se agravou no domingo (8), quando médicos constataram a piora do funcionamento do pulmão direito. Assim, por medida de segurança, Heitor voltou a ser entubado após nove dias respirando apenas com o apoio de oxigênio inalatório .

Na última quinta-feira (5), Heitor chegou a deixar a UTI por duas horas para ir a uma clínica especializada, também na capital. A visita do garoto ao local teve como objetivo a realização de um tratamento que deve reforçar a cicatrização da cirurgia. Até sábado o menino também já se alimentava normalmente.

Separação
A cirurgia de separação de Heitor e do irmão Arthur Brandão ocorreu no dia 24 de fevereiro e durou cerca de 15 horas. Arthur morreu três dias depois, após sofrer duas paradas cardíacas.

Os gêmeos eram unidos pelo tórax, abdômen e bacia, compartilhando o fígado e genitália. Desde que nasceram, eles eram preparados para a cirurgia de separação. Os siameses passaram por 15 procedimentos cirúrgicos, entre eles alguns para implantação de expansores no corpo para que tivessem pele suficiente para a separação. Os meninos só alcançaram as condições necessárias para a cirurgia neste ano.

Segundo o pai dos gêmeos afirmou na segunda-feira (2), o filho sobrevivente não perguntou mais do irmão após sua morte. Em um texto postado em uma rede social, ele diz acreditar que o filho “sabe ou sente” que o irmão não está mais ali e que só vai contar o que ocorreu quando Heitor questionar onde está o irmão.

Caso
Natural de Riacho de Santana, cidade do interior da Bahia, a mãe dos siameses veio a Goiânia um mês antes do nascimento dos filhos para que eles tivessem acompanhamento desde o parto, em maio de 2009. Após o nascimento, ela voltou para a terra natal por um período e, desde 2010, mora em Goiânia com os siameses. O marido e a filha mais velha, de 7 anos, continuaram no Nordeste.

Antes da cirurgia, Eliana afirmou que, apesar das restrições físicas, os filhos não possuíam nenhum problema cognitivo. Com personalidades “totalmente diferentes”, os gêmeos sonhavam com a cirurgia, segundo a mãe. “Eles querem se separar, não querem desistir porque sabem que vão ter liberdade, uma independência maior, poder ir sem precisar da permissão do outro”, disse a mãe antes do procedimento.

G1

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