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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira (21) que não pretende mudar sua conduta diante das declarações feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde fevereiro.
“Não levo em conta esse tipo de ameaça. Não funciono sob pressão e isso não altera meu humor nem a forma como atuo”, declarou Motta.
Eduardo Bolsonaro tem direcionado ataques a Motta e também ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O parlamentar chegou a sugerir que ambos poderiam ser alvo de sanções do governo norte-americano caso não pautassem projetos de anistia e pedidos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última sexta-feira (15), Motta encaminhou ao Conselho de Ética da Câmara quatro representações contra Eduardo Bolsonaro – três apresentadas pelo PT e uma pelo PSOL – que estavam paradas na Mesa Diretora. As ações pedem a cassação do mandato do deputado por suposta quebra de decoro, acusando-o de atuar contra os interesses do Brasil e em favor de pressões externas.
“O deputado Eduardo Bolsonaro será tratado como qualquer outro. Não haverá privilégios nem perseguições. O papel do presidente da Casa é manter equilíbrio e imparcialidade, para que a Câmara esteja voltada aos problemas reais do país”, revelou Motta.
Paralelamente, Eduardo e o ex-presidente Jair Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (20), sob acusação de coagir autoridades responsáveis pelo processo sobre a tentativa de golpe de Estado.
Em resposta, Eduardo Bolsonaro usou sua conta no X (antigo Twitter) para criticar a investigação.
“É lamentável e vergonhoso ver a PF tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai, filho e aliados”, escreveu. Ele também negou que sua atuação nos Estados Unidos tenha tido o objetivo de interferir em processos no Brasil, reforçando que sua defesa é pelo “restabelecimento das liberdades individuais” por meio do projeto de anistia que tramita no Congresso”, disse Eduardo.
MaisPB
INVESTIGAÇÃO - 21/08/2025