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Daniel Jobim e Kell Smith detalham turnê dedicada a Elis e Tom

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publicado em 03/02/2024 às 12h04
atualizado em 03/02/2024 às 15h17

Kubitschek Pinheiro  – MaisPB

Fotos – Deivide Leme

Tom Jobim e Elis Regina jamais imaginaram que, 50 anos depois do histórico álbum “Elis & Tom” viraria uma turnê com o neto dele, Daniel Jobim e Kell Smith, no papel de Elis. Serão 10 shows, que acontecerão entre março e setembro nas cidades de Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Natal e Fortaleza.

A temporada vai começar por Porto Alegre, no Auditório Araújo Viana, dia 9 de março, dia do aniversário de Elis Regina, que é considerada a maior cantora brasileira.

Elis & Tom é um disco lançado em 1974 por Antonio Carlos Jobim e Elis Regina, pela gravadora Polygram, com gravações realizadas entre 22 de fevereiro e 9 de março do mesmo ano no MGM Studios de Los Angeles, Califórnia.

A decisão de Daniel Jobim e Kell Smith em homenagear esses grandes artistas não foi por acaso. Daniel é neto de Tom e Kell é uma artista que desponta apaixonada pelo canto de Elis. “Este álbum tem um significado especial para mim por tudo o que ele representa e por ser neto do Tom Jobim, também ser músico e viver esse grande legado”, conta Daniel.

Kell Smith fala da relação com Elis Regina e da admiração que sempre teve pela cantora. “Estou ansiosa para homenagear o meu primeiro amor, Elis, com todo meu coração, alma, dentes e pele” explica.

Kell faz uma revelação surpreendente – ganhou o primeiro disco de Elis Regina – “Falso Brilhante”, quando tinha doze anos e junto uma vitrola que o pai achou no lixo, consertou e deu a ela. O LP Falso Brilhante é um álbum de estúdio da cantora Elis Regina, lançado pela Philips em 1976.

O Tributo a “Elis & Tom” por Daniel Jobim e Kell Smith disparou a venda de ingressos para, principalmente dos saudosos fãs de Elis Regina e Tom Jobim e na nova geração que vai viver fortes emoções neste 2024, nos principais teatros e casas de espetáculos do Brasil.

Daniel  Jobim e Kell Smith conversaram com o MaisPB com revelações emocionantes sobre essa turnê, que lamentavelmente não passará por João Pessoa, mas os fãs paraibanos podem e devem assistir ao show no Recife.

MaisPB  – Um ano antes, em 1973 – você veio ao mundo e  em 1974,  seu avô lançou com Elis Regina o LP, “Elis & Tom”. Com que idade você ouviu esse discão, pela primeira vez? Qual a emoção?

Daniel Jobim: Não me lembro o momento exato que ouvi pela primeira vez, como a música sempre esteve presente no dia a dia da minha família, aconteceu de forma muito natural. Por ser apaixonado por música, trabalhar com isso a minha vida inteira, eu fui entendendo a importância desse álbum para o legado do meu avô e a nossa cultura.

MaisPB – Já vinha pensando nesse projeto a quanto tempo?

Daniel Jobim: A comemoração desta data já estava no meu radar. A ideia de ter a Kell no projeto surgiu em março do ano passado quando almoçamos juntos no Rio de Janeiro com alguns amigos em comum. O álbum “Elis & Tom” foi lançado logo depois que nasci e durante toda a minha vida presenciei de perto o quanto este trabalho transformou a música brasileira.

MaisPB  – São dez shows que começam com as águas de março em Porto Alegre, já é grande a expectativa, né? Até porque os ingressos vão voar…

Daniel Jobim: Sim, estamos muito felizes e ansiosos para a estreia. Março é o mês de aniversário de Elis e escolhemos começar essa turnê por Porto Alegre, que é a cidade onde ela nasceu, é tudo muito simbólico, muito especial.

MaisPB – Realmente esse álbum é muito bonito, um clássico, a gente escuta, estuda e cada vez fica mais apaixonado, né

Daniel Jobim: O álbum “Elis & Tom” foi lançado logo depois que nasci e durante toda a minha vida presenciei de perto o quanto este trabalho transformou a música brasileira. Este álbum tem um significado especial para mim por tudo o que ele representa e, por ser neto do Tom Jobim, também ser músico e viver esse grande legado. Estou muito feliz, admiro o trabalho da Kell Smith, a sua potência musical e também por ser uma cantora da nova geração. Isso é muito importante para levar a um novo público esse álbum incrível. Com certeza será emocionante dividirmos o palco nesta turnê.

MaisPB – O que você achou do filme de Roberto de Oliveira, que já saiu de cartaz mas chegou as plataformas…

Daniel Jobim – Com as comemorações de 50 anos do álbum muitas homenagens surgiram, teve o filme, tem musicais, peças de teatro, é interessante ver a mesma história em diferentes formatos, por perspectivas diferentes… Esta é uma forma de propagar o legado que esse álbum deixou na música e estou feliz que cada vez mais pessoas tenham acesso, conheçam e ouçam.

MaisPB – Fico imaginando a chegada do show a Porto Alegre, a terra de Elis. Fala aí?

Daniel Jobim: Com certeza vai ser um momento muito especial, de grande emoção. Como comentei, pensamos nesta estreia para ser simbólica, para ser uma grande homenagem, como é todo o projeto da turnê “Tributo Elis & Tom”. Convido todo mundo de Porto Alegre e região a vir prestigiar este momento único. E, claro, no nordeste nos apresentaremos em Recife, Salvador, Natal e Fortaleza. Espero por todos vocês!

MaisPB – Quais as lembranças que você tem do seu avô, as mais singelas?

Daniel Jobim: Tive a oportunidade de conviver 21 anos com ele, foram momentos muitos especiais, sempre com muita música, o que certamente me influenciou totalmente a seguir esse legado e esta paixão. Desde que fui crescendo e entendendo a importância do trabalho do meu avô para a cultura brasileira, a minha admiração foi só aumentando, mas em família, além de músicos, éramos avô e neto. Foram anos muito especiais!

MaisPB – Como vai a sua produção musical?

Daniel Jobim: Atualmente estou me dedicando, principalmente, à este projeto incrível que é a turnê “Tributo Elis & Tom”. Estou me preparando, ensaiando, entregando a minha alma para que seja inesquecível e especial, como eu desejo desde que pensamos nele pela primeira vez. Serão dez apresentações por todo o país, vai ser um ano intenso e muito importante para mim.

MaisPB  – E aí, totalmente preparada para cantar Elis nesse show estupendo que vai encher os palcos do Brasil?

Kell Smith: Estou ansiosa pra homenagear o meu primeiro amor, Elis, com todo meu coração, alma, dentes e pele. Preparada ninguém está. O bom da arte é o que não se pode controlar.

MaisPB – Como aconteceu o convite?

Kell Smith: Daniel Jobim me convidou para esse projeto e me deu a oportunidade de participar de um momento tão importante da Música Brasileira. Nossa conexão é bonita e leve.

MaisPB – Daniel diz que conheceu você em 2018 e se encantou com sua voz, sua potência vocal, afinação e interpretações lindas das músicas de Elis cantadas por você. Vamos falar sobre essa descoberta?

Kell Smith: Sempre que posso, conto e canto o meu amor pela Elis e pela Música Brasileira. Ele percebeu e me ouviu devagar. Só posso dizer que sou grata por essa oportunidade de expressar minha arte e minha gratidão.

MaisPB  – Ou seja, juntos vocês vão cantar para todas as gerações ao vivo as músicas e arranjos incríveis do álbum Elis e Tom. Vai ser um espetáculo garantido?

Kell Smith: Espero que pra vocês, assim como pra nós  (risos). Estamos mergulhando no álbum  para oferecer ao público um espetáculo à altura de Elis e Tom.

MaisPB – Você nasceu após a morte de Elis Regina, em 1982. Hoje com 30 anos e agora está diante do legado deixado pela artista que você era criança quando ouviu as primeiras canções. Vamos falar dessa emoção e responsabilidade?

Kell Smith: A Elis foi meu primeiro amor, desde que ouvi o LP Falso Brilhante pela primeira vez. E hoje, conseguir mesmo que só um pouquinho, retribuir tudo que ela fez por mim através de sua obra, é um misto de privilégio, responsabilidade, gratidão e muito amor envolvido. Eu tenho certeza que ela vai me sentir, assim como eu a sinto.

MaisPB – Você já participou como convidada, interpretando e homenageado Elis em programas de TV como Conversa com Bial, Altas Horas, Faustão e Caldeirão com Marcos Mion e ainda na reedição do “Fino da Bossa” com produção da TV Record. Fala aí pra gente?

Kell Smith: Eu já vivi oportunidades únicas e incríveis de expressar meu amor e toda minha referência à obra da Elis. E em todas elas me senti imensamente feliz e parte da Música Brasileira. Não conheço quem ame mais nossa Música do que eu. Me chamem sempre pra celebrar a vida e obra de nossos ícones. Eu estou aqui.

MaisPB  – Elis foi e sempre será a maior cantora do Brasil, concorda?

Kell Smith: Concordo. Mas eu sou suspeita, né? (Risos). Ela sempre será minha número 1. Mas ainda assim, meu coração tem espaço pra muita gente que faz parte da melhor e mais incrível música do mundo, a Música Brasileira.

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