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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Promessas de vida

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publicado em 19/07/2022 às 08h20
atualizado em 19/07/2022 às 05h53

O meu tempo se gasta na procura das canções.

Pedi a Alexa para tocar Jobim e veio o maestro cantando Águas de Março, em inglês. Uma beleza. Fui procurar no Youtube e vi o show completo em Montreal, 1986, no Festival Internacional de Jazz, da cidade canadense.

A beleza se completa à medida que as vocalistas cantam com Tom. Nesse show, Jobim canta o Rio de Janeiro e Água de Beber, que abre as portas do coração. Que falta faz Jobim!

Não sei se é uma opinião minha por eu ser brasileiro, mas a língua portuguesa é uma das mais belas e esta música comprova.

Tudo que constitui o significado dessa canção, são águas e desertos.

Nely, uma amiga querida, me perguntou: “como está o rapaz? Procurando entender o silêncio do rapaz, eu disse que ele está na estrada.

A vida é uma desorganização dos sentidos. É não, a vida é isso que está aí: “é pau, é pedra, é o fim do caminho”.

O rapaz que minha amiga perguntou, são dois: Márcio e Roberto, múltiplos, que amam Jobim como um membro da família.

Muitas vozes cantam “Águas de Março”. Outro dia, ouvi a versão de Elis, que gravou em 1972.

As águas de março, de julho, nas vozes das cidades, na voz dos que existiam e não existiam. Tudo lembra Jobim. “É um resto de toco, é um pouco sozinho”

Vozes transformam a canção, vozes da imaginação, vozes tristes. A incerteza, a dor. Está tudo lá na canção de Jobim.

“É o mistério profundo, é o queira ou não queira, é o vento vetando, é o fim da ladeira”

Uma sintonia brasileira, uma coisa inventada e bela. A canção se converte num retorno ao passado, no presente viver do país, como se estivéssemos noutro lugar.

Que nasça outro Jobim. Tantas vezes ouvi abraços apertados assim, de Márcio Roberto.

“Passarinho na mão, pedra de atiradeira”

Meu espantar perante essa canção e os sinais dos versos que fecharão outros verões.

Viramos mensagens, mas a promessa de vida está na canção de Jobim.

Mais água

“Águas de Março” foi composta por Tom Jobim em 1972. O lançamento da canção foi feito em um Disco de Bolso, (Pasquim) o Tom de Jobim e o Tal de João Bosco, e no ano seguinte no álbum “Matita Perê “. Elis gravou em 1972. Em 1974, foi lançada uma versão em dueto com Elis Regina, no LP Elis & Tom. A canção tem a versão em inglês composta por Tom. Águas de Março há 50 anos. Também foi gravada por Garfunkel – Waters Of March. Obrigado, Osias!

Kapetadas

1 – O único item que não inflaciona no Brasil é a inteligência.

2  – Deixar de amar é uma espécie de acidente cardiovascular.

3 –  Som na caixa : “É o projeto da casa, é o corpo na cama/É o carro enguiçado, é a lama, é a lama” – dele

Art Garfunkel – Waters Of March (Aguas de Março)


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