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MP cobra volta da hemodiálise no Antônio Targino, suspensa por falta de verbas

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publicado em 18/07/2023 às 17h11
atualizado em 18/07/2023 às 16h51
Hospital Antônio Targino, em Campina Grande

O Ministério Público da Paraíba recomendou, nesta terça-feira (18/07), que a direção do Hospital Antônio Targino, em Campina Grande, abstenha-se de suspender o tratamento de hemodiálise dos pacientes. Ontem, a unidade anunciou a suspensão do serviço e atendimento aos pacientes do SUS alegando a falta de repasses por parte da Prefeitura de Campina Grande. Em nota, a gestão afirmou que está em dia com o pagamento dos serviços referentes à hemodiálise na unidade hospitalar.

+ Hospital alega falta de pagamento da prefeitura e suspende hemodiálise em CG 

Na recomendação, a Promotoria de Justiça ressalta que a medida só poderá ser adotada com a “garantia da transferência para outro serviço de saúde da cidade, mediante confirmação de vaga e demais medidas para o atendimento seguro do doente renal, ou por outra razão de ordem médica, cumprindo com rigor as cláusulas do contrato de prestação de serviço firmado com a edilidade, considerando o bem maior tutelado, que é vida”.

A recomendação foi expedida pela promotora de Justiça, Adriana Amorim de Lacerda, que atua na área da defesa da saúde de Campina Grande, dentro da Notícia de Fato 003.2023.008996, instaurada para apurar denúncia de paralisação do serviço de hemodiálise na unidade. O documento foi encaminhado ao diretor do hospital, José Targino, o qual deve informar, no prazo de 48 horas a partir do seu recebimento, acerca das providências adotadas para o cumprimento da recomendação, sob pena de incursão em outras medidas administrativas e/ ou judiciais cabíveis.

Adriana Amorim destacou que o hospital privado firmou contrato de prestação de serviços com o Município de Campina Grande, nas áreas de neurocirurgia, ortopedia, UTI e hemodiálise e que não pode alterar unilateralmente o contrato de prestação de serviços, prejudicando a saúde da população e gerando risco de morte para os pacientes. No serviço de hemodiálise, segundo o Ministério Público apurou, há mais de 150 pacientes renais em tratamento, o qual só pode ser suspenso quando da realização de transplante.

“Questões orçamentárias de uma instituição não estão acima da saúde e da vida das pessoas”, ressaltou a promotora de Justiça, que tomou conhecimento, por meio de notícias veiculadas na imprensa local, de que pacientes foram retirados da unidade de hemodiálise do hospital. Adriana Amorim afirmou que continuará acompanhando a situação do serviço oferecido no município.

Entenda o caso 

O Hospital Antônio Targino, em Campina Grande, suspendeu nessa segunda-feira (17) os atendimentos no setor de hemodiálise e o atendimento aos pacientes SUS, alegando falta de repasse por parte da Prefeitura. Em nota, a gestão afirmou que está em dia com o pagamento dos serviços referentes à hemodiálise na unidade hospitalar.

“A Secretaria de Saúde de Campina Grande esclarece, ainda, que a direção da unidade hospitalar sequer comunicou previamente a decisão, tendo enviado um comunicado somente às 15h30 desta segunda-feira, depois de ter paralisado os atendimentos e ter repassado a informação inverídica diretamente aos pacientes e seus familiares, o que causou ainda mais angústia e sofrimento para quem já vive batalhando pela vida”, diz trecho da nota emitida pela Prefeitura.

A Secretaria afirmou que recebeu com estranheza a suspensão do serviço e que a suspensão dos atendimentos de pacientes crônicos deveria, obrigatoriamente, ter sido tomada de forma dialogada e planejada, inclusive com anuência do Ministério Público, haja visto o risco iminente às vidas dos pacientes pela descontinuidade do tratamento.

MaisPB

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