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Francisco Leite Duarte é Advogado tributarista, Auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), Professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Direito econômico, Doutor em direitos humanos e desenvolvimento e Escritor. Foi Prêmio estadual de educação fiscal ( 2019) e Prêmio Nacional de educação fiscal em 2016 e 2019. Tem várias publicações no Direito Tributário, com destaque para o seu Direito Tributário: Teoria e prática (Revista dos tribunais, já na 4 edição). Na Literatura publicou dois romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”. Publicou, igualmente, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias ( “Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas: “Nos tempos do capitão” …

O cavalinho dourado das Arábias e o Auditor da Receita Federal

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publicado em 10/03/2023 às 07h00
atualizado em 09/03/2023 às 15h11

Que lindo esse cavalinho doirado, pena que tenha ficado manco em um jogo de esconde-esconde. Tudo bem que esteja deformado, mas sua esperteza há de ser  mostrada para que todos aprendam: cavalinho esperto fica retido na Alfândega.

O cavalinho era de Troia e o mimo  veio por água abaixo. E que mimo, um presente das Arábias, avaliado em mais de dezesseis milhões de reais. Decerto que não comporia os bens da União, senão teria vindo pelos meios legais. Isso é óbvio, menos para patriotas de plantão.

O problema era que o cavalinho era furtivo, escondeu-se numa mochila de uma alta autoridade do Exército porque a expertise dos seus donos tinha razões divinas que justificasse o descaminho.

Dizem que nem só de cavalinho pocotó os mitos e as mulheres santas vivem. O cavalinho esperto tinha duas alternativas, declarar ou não declarar as joias, 50%, meio a meio, mas caiu de pernas quebradas diante da má sorte.

Má sorte uma ova! Outros cavalinhos podem ter logrado êxito na empreitada e a coisa pode ter sido vantajosa, afinal a distribuição das oferendas santas no lombo de outras mulas pode ter seguido a lei das estatísticas e alguma coisa de valia tenha enchido a pança de alguma realeza fugitiva.

Mas voltemos ao cavalinho manco. Que prestígio! Conta-se que depois de ter sido desmascarado, homens de bem, defensores da família e dos bons costumes, tentaram por oito vezes liberar o pobrezinho das garras da institucionalidade da Receita Federal.

Mas no meio do caminho havia um Auditor da Receita Federal que peitou todo mundo, incluindo um bichão do Exército, o chefão dos chefões e outros babas ovo sem noção.

Mas convenhamos. Não foi somente por ter conduta ilibada que esse valente servidor não cedeu aos poderosos. Foi pela força da estabilidade, do concurso público, por ser servidor de Estado e não de governos de plantão. São essas coisas que garantem a pujança da impessoalidade. Aprenda, Ali Babá.

@professorchicoleite

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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