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INVESTIGAÇÃO

Sem depoimentos reveladores, CPI do Cachoeira muda de rumo e mira Delta

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publicado em 27/05/2012 ás 13h43

Os parlamentares da CPI do Cachoeira esperavam que os trabalhos da comissão evoluíssem a partir de depoimentos. Foram convocadas dezenas de pessoas para depor e a primeira delas, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, inaugurou o direito do silêncio, seguido por outros suspeitos de participar da rede criminosa.

Com os convocados se recusando a falar, os deputados e senadores decidiram mudar o rumo da CPI e aprofundar as investigações e quebras de sigilo.

Na próxima terça-feira (29), depois de adiarem duas vezes, os parlamentares vão votar o requerimento que quebra o sigilo da Delta nacional, empresa suspeita de envolvimento com o grupo do contraventor. Até agora, apenas os sigilos das filiais do Centro-Oeste foram quebrados.

A votação do requerimento foi selada pelos líderes da CPI — o presidente, Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o relator, Odair Cunha (PT-MG). A ideia dos parlamentares é ter acesso a toda a movimentação da empresa para comprovar os repasses da firma para o grupo de Cachoeira e saber até onde ele estava envolvido e tinha controle da Delta.

Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), essa mudança de rumo é o jeito para a CPI não patinar.

— Temos que direcionar a investigação para a quebra de sigilos fiscais e bancários e avançar para quebrar novos sigilos. Eu estou convencido de que o núcleo da organização é a Delta. Carlos Cachoeira e Delta são a mesma coisa, então temos que entrar nessa parte do esquema.

O senador do PSOL também espera que na terça-feira sejam votados requerimentos para convocar os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, de Goiás, Marconi Perillo, e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

Até agora, deputados e senadores fizeram uma verdadeira blindagem e impediram que os chefes de Estado fossem chamados para falar na CPI.

Material vasto

O relator da CPI, Odair Cunha, assegura que a CPI não ficará esvaziada porque "há um vasto material" para ser analisado. O petista disse que a comissão já parte de dois inquéritos policiais e precisa ir além de convocar acusados.

— A CPI não sobrevive só de oitivas. Nós temos um vasto material para analisar, quebra de sigilos, análise de áudios, cruzamento de dados, entre outras coisas. Vamos ouvir os outros convocados e há expectativa que as testemunhas falem.

Cunha chama de testemunhas os convocados que são citados no esquema, mas não estão presos. São pessoas que presenciaram alguma movimentação do grupo criminoso ou têm informações privilegiadas que podem ser ditas na CPI.

R7

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