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Novo presidente promete garantir direitos de ‘brasiguaios’

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publicado em 23/06/2012 ás 17h19

O novo presidente do Paraguai, Federico Franco, prometeu neste sábado garantir os direitos de propriedade dos chamados "brasiguaios", colonos brasileiros, em sua maioria produtores rurais, que vivem em seu país. Ele também disse não acreditar que o Brasil vai levar adiante a ameaça de sanções contra o país.

A agência Efe revelou hoje que o Brasil está consultando os demais membros da Unasul (o bloco dos países da América do Sul) antes de tomar uma posição definitiva sobre o tema.

"Esses brasileiros que são cidadãos paraguaios terão um tratamento preferencial. Certamente esse governo [do ex-presidente Fernando Lugo] foi o que mais nacionalizou cidadãos brasileiros radicados no Paraguai. Eles [os brasiguaios] podem ficar seguros sobre a preservação de seus direitos", disse ele, em declarações reproduzidas pela Agência Brasil.

Franco concedeu uma entrevista coletiva a jornalistas na sede do governo neste sábado em Assunção, com o objetivo de rebater as críticas de que houve um "golpe" no país, e desfazer o mal-estar com os países vizinhos.

"Aqui não há golpe, não há quebra [da ordem institucional]", disse o novo mandatário, conforme a agência Efe. "É uma situação legal que a Constituição e as leis do meu país permitem para fazer uma mudança quando a situação se torna inviável", afirmou.

A celeridade do julgamento político mereceu uma condenação praticamente unânime das nações sul-americanas (incluindo o México e Espanha).

Entre a abertura do processo de impeachment e a destituição de Fernando Lugo decorreram cerca de 30 horas.

A presidente Dilma Rousseff chegou a acenar com sanções contra Paraguai, supostamente, a expulsão do país da Unasul (o bloco dos países sul-americanos) e do Mercosul. Mas Franco disse não acreditar que o Brasil vai levar adiante as sanções.

"Não acredito que o Brasil aplicará sanções, pois os mais afetados seriam os empresários brasileiros que investem no Paraguai, principalmente, em Ciudad del Este", disse ele.

"Eu descarto [o risco de sanções]. Eu sou uma pessoa otimista", acrescentou.

BRASIGUAIOS

Cerca de 400 mil brasileiros, a maioria produtores rurais, vivem num cenário de tensão permanente com camponeses do Paraguai.

A questão das terras divide o país. De um lado estão os trabalhadores rurais sem-terra, base histórica do ex-presidente Fernando Lugo.

De outro, os produtores de soja, empreendedores rurais em grande medida responsáveis pela recente (e forte) expansão econômica do país.

Os sem-terra reivindicam 167 mil hectares de terras na região do Alto Paraná, faixa de fronteira com o Brasil. Dizem que se trata de apenas uma parte dos quase 300 mil hectares de propriedades cuja titularidade nunca saiu das mãos do Estado. Terras públicas que teriam sido usurpadas por "grileiros de terras brasileiros".

Folha Online

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